ATA DA OCTOGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO
LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 26.09.1997.
Aos vinte e seis dias do mês de setembro do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, José Valdir, Juarez Pinheiro, Paulo Brum e Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Motta, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Pedro Ruas e Renato Guimarães. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Septuagésima Nona Sessão Ordinária e da Vigésima Segunda Sessão Solene, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, a Indicação nº 111/97 (Processo nº 2898/97) e 01 Substitutivo ao Projeto de Lei do Legislativo nº 32/97 (Processo nº 868/97); pela Vereadora Anamaria Negroni, um Pedido de Providências; pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, o Pedido de Informações nº 151/97 (Processo nº 2886/97); pelo Vereador Gilberto Batista, as Indicações nºs 108 e 109/97 (Processos nºs 2891 e 2892/97, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, 01 Emenda ao Projeto de Lei do Legislativo nº 26/97 (Processo nº 784/97); pelo Vereador João Dib, o Projeto de Resolução nº 29/97 (Processo nº 2942/97); pelo Vereador João Motta, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 141, 142 e 143/97 (Processos nºs 2407, 2408 e 2409/97, respectivamente), o Projeto de Resolução nº 24/97 (Processo nº 2410/97) e respectivo Substitutivo, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 02/97 (Processo nº 2594/97). Ainda, o Senhor Presidente deferiu Requerimento de autoria do Vereador João Dib, solicitando o desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 04/95 (Processo nº 232/95). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 422/97, do Professor Leopoldo Witeck Neto, Diretor Superintendente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; 505/97, do Desembargador Adroaldo Furtado Fabrício, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; 792/97, do Senhor José Dilamar Vieira da Luz, Coronel Comandante-Geral da Brigada Militar; s/nº, de Dom Altamiro Rossato, Arcebispo Metropolitano; s/nº, do Monsenhor Rubem Neis, Secretário-Geral do Arcebispado da Mitra da Arquidiocese de Porto Alegre; Convites: do Senhor Antônio Britto, Governador do Estado do Rio Grande do Sul, para Solenidade de Entrega das Medalhas Embaixador do Rio Grande - Brava Gente; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através da Secretaria Municipal da Cultura e da Federação de Coros do Rio Grande do Sul, para Concerto de Lançamento do 2º Porto Alegre em Canto - 18º Festival Internacional de Coros de Porto Alegre e do CD do 1º POA Em Canto - 17º FIC; do Senhor José Haroldo Loureiro Gomes, Diretor do Departamento de Desporto da Secretaria Estadual da Educação/RS, para cerimônia de lançamento da Pedra Fundamental do Edifício Pórtico da Vila Olímpica do Estado do Rio Grande do Sul; do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul e da Cooperativa dos Revendedores de Combustíveis do Rio Grande do Sul - COOPETROL, para Sessão Solene de Abertura do II Encontro dos Revendedores de Combustíveis do MERCOSUL e EXPOPETRO'97; do Serviço Social do Comércio do Rio Grande do Sul - SESC/RS, para abertura oficial do VIII Encontro de Recreação e Lazer para a 3ª Idade - Recrelar; Fax: da Coordenação Estadual do Comitê Gaúcho de Ação de Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida; do Senhor Vilson Antônio Rodrigues Bilhalva, Juiz-Presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região; do Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul; do Senhor Roberto Brauner Penteado, Presidente em exercício da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul - FIERGS; do Senhor Victor Faccioni; do Deputado Federal Eliseu Lemos Padilha, Ministro de Estado dos Transportes; Impressos: do Instituto Brasileiro de Administração Municipal - IBAM, enviando seu noticiário; do Centro Ibero-Americano de Administração e Direito, divulgando a I Jornada de Integração Parlamentar Luso-Brasileira. Após, foi apregoado Requerimento do Vereador Eliseu Sabino, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no período de vinte e seis a vinte e oito de setembro do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Jocelin Azambuja, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. A seguir, o Senhor Presidente registrou as presenças do Senhor Adão Faraco, Diretor-Presidente da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre, TRENSURB S/A, do Engenheiro Luís Fernando de Oliveira, Coordenador-Técnico do Projeto de Expansão do TRENSURB, e do Senhor Nelson Lídio Nunes, Superintendente de Linha em Expansão, convidando-os a integrar a Mesa dos trabalhos e informando que compareciam a esta Casa nos termos do Requerimento nº 203/97 (Processo nº 2649/97), de autoria da Vereadora Clênia Maranhão. Também, foram registradas as presenças dos Senhores Nivaldo Soares, Paulo Camilo, Celso Nunes Rosa e Renato Guimarães de Oliveira, respectivamente, Diretor de Administração e Finanças, Presidente do Conselho de Administração, Gerente de Planejamento e Diretor de Operações da TRENSURB, e da Senhora Sandra Sperb e do Senhor Mogli Veiga, técnicos da Empresa. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores Adão Faraco e Luiz Fernando de Oliveira, que discorreram acerca do Projeto de expansão do sistema de trem metropolitano da TRENSURB, na região de Porto Alegre, e, juntamente com o Senhor Nelson Lídio Nunes, responderam a manifestações e questionamentos dos Vereadores Clênia Maranhão, Jocelin Azambuja, Paulo Brum, Cláudio Sebenelo, Luiz Braz, Adeli Sell, João Carlos Nedel, Guilherme Barbosa, Gerson Almeida, Juarez Pinheiro e Gilberto Batista. Na ocasião, constatada a presença de "quorum", foi aprovado Requerimento de autoria da Vereadora Maria do Rosário, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossada na vereança a Suplente Helena Bonumá, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Também, o Senhor Presidente registrou as presenças do Senhor José Vicente Rauber, Diretor do Departamento Municipal de Esgotos Pluviais, do Senhor Dieter Wartchow, Diretor-Geral do Departamento Municipal de Água e Esgotos, do Engenheiro Álvaro Pedroti e do Senhor Norton Lenhart, Presidente da Câmara de Turismo. Após, o Senhor Presidente agradeceu a presença de todos e declarou suspensos os trabalhos às onze horas e vinte e quatro minutos, nos termos regimentais, sendo os mesmos reabertos às onze horas e trinta minutos, constatada a existência de "quorum". Na oportunidade, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Gerson Almeida, solicitando alteração na ordem dos trabalhos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib discorreu sobre a necessidade de maior atenção por partes dos governantes quanto ao uso do turismo como forma de preservação do meio-ambiente e geração de empregos. O Vereador Jocelin Azambuja teceu considerações acerca do posicionamento contrário assumido pela comunidade do Bairro Menino Deus à construção de uma pista de eventos naquele bairro. Após, o Senhor Presidente registrou a entrega, ao Executivo Municipal, pelos Senhores Luiz Afonso de Melo Peres e Adalberto da Rocha Heck, respectivamente, Diretor de Patrimônio e Finanças e Diretor-Geral deste Legislativo, do Orçamento da Casa para o próximo ano. Também, procedeu a esclarecimentos acerca das obras que estão sendo efetuadas nos gabinetes dos Senhores Vereadores. Na ocasião, o Vereador Pedro Américo Leal solicitou maiores informações acerca das obras de término do Plenário Otávio Rocha. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt discorreu acerca de leilão a ser realizado pela Empresa Portoalegrense de Turismo, para pagamento de débitos trabalhistas. Questionou a taxa de juros cobrada pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos nas contas de água em atraso e, também, a liberação ao tráfego, por parte da Secretaria Municipal dos Transportes, de ônibus urbano da Empresa Trevo, com "mais de sete anos de supervida". Na ocasião, o Vereador Juarez Pinheiro formulou Questão de Ordem para registrar seu repúdio ao pronunciamento do Vereador Antonio Hohlfeldt, no referente ao Departamento Municipal de Água e Esgotos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Pedro Ruas manifestou-se sobre a possibilidade de coligação do Partido Democrático dos Trabalhadores com o Partido dos Trabalhadores, como uma forma de "combater o projeto neoliberal", salientando a importância de uma unidade entre os partidos de esquerda. A Vereadora Clênia Maranhão reportou-se ao pronunciamento do Vereador João Dib, analisando a atuação da Empresa Portoalegrense de Turismo - EPATUR diante do potencial turístico da Cidade e defendendo a criação de um instrumento que valorize a questão do turismo enquanto política para o Município. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Na ocasião, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando alteração na ordem de votação da matéria a ser apreciada. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 32/97. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 39/97 que, após ser discutido pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Renato Guimarães, Luiz Braz, José Valdir e Guilherme Barbosa, teve adiada sua discussão por uma Sessão, a Requerimento verbal, aprovado, do Vereador Gerson Almeida. Em Discussão Geral e Votação estiveram os Projetos de Lei do Executivo nºs 40 e 41/97 que, a Requerimento verbal, aprovado, do Vereador Gerson Almeida, tiveram adiadas suas discussões por uma Sessão. Às doze horas e trinta e sete minutos os trabalhos foram regimentalmente suspensos, para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo os mesmos reabertos, constatada a existência de "quorum", às treze horas e dezoito minutos, dando-se continuidade à Ordem do Dia. Na oportunidade, o Vereador Antonio Hohlfeldt, através de Questão de Ordem, prestou esclarecimentos acerca de suas posições frente ao andamento dos trabalhos da presente Sessão. Às treze horas e vinte minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Clovis Ilgenfritz e Paulo Brum e secretariados pelo Vereador Paulo Brum. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): O Ver. Eliseu Sabino solicita licença para
tratamento de saúde no período de 26, 27 e 28 de setembro.
A Mesa declara empossado o Suplente Jocelin Azambuja, em
substituição ao Ver. Eliseu Sabino, nos termos regimentais, e integrará a
Comissão de Educação, Cultura e Esporte.
Temos, hoje, em função do
Requerimento nº 203/97 ( Processo Nº 2649/97), de autoria da Vera.
Clênia Maranhão, o comparecimento do Sr. Adão Faraco, Diretor-Presidente
da TRENSURB S/A, acompanhado de toda a sua equipe, a fim de apresentar o
Projeto de Expansão do trem metropolitano da Empresa, na região de Porto Alegre.
Convido os Srs. Adão Faraco
e Luiz Fernando de Oliveira, Coordenador-Técnico do Projeto de Expansão, para
compor a Mesa.
Salientamos a presença,
entre nós, da equipe
técnica-administrativa e política do TRENSURB: Sr. Nivaldo Soares, Diretor de
Administração e Finanças, ex-Prefeito de Uruguaiana, ex-Deputado Estadual e
ex-Presidente da Assembléia Legislativa do Estado; Sr. Paulo Camilo, Presidente
do Conselho de Administração; Sr. Nelson Lídio Nunes, Superintendente de
Desenvolvimento e Expansão; Sr. Celso Nunes Rosa, Gerente de Planejamento; Sr.
Renato Guimarães de Oliveira, Diretor de Operações; da Sra. Sandra Sperb e Sr. Mogli Veiga,
técnicos que estarão colaborando na apresentação do projeto.
Gostaria de comunicar aos
Srs. Vereadores, de acordo com o Regimento, que teremos 30 minutos iniciais
para apresentação do projeto, logo após 10 minutos para a requerente desse
comparecimento, e nove inscrições de cinco minutos para nove Vereadores, sem
direito à tréplica. Posteriormente ou durante as perguntas, se houverem, a
resposta poderá ser dada por quem V. Sa. designar.
O Dr. Adão Faraco está com a
palavra.
O SR. ADÃO
FARACO:
Exmo. Sr. Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre, Ver. Clovis Ilgenfritz; Exmos Srs. Vereadores de todos os partidos com
assento nesta Casa: PT, PSB, PTB, PDT, PPB, PPS, PFL, PSDB e PMDB. A todos os
senhores eu quero saudar em nome dos companheiros de equipe de trabalho da
TRENSURB, do Presidente do Conselho de Administração Dr. Paulo Camilo e dos
diretores de Operações Renato Guimarães de Oliveira; de Administração e
Finanças Dr. Nilvaldo Soares, e do Superintendente Nélson Lídio Nunes, também,
de todos os nossos colegas de trabalho, técnicos, engenheiros, arquitetos que se encontram aqui conosco. Nomino o Dr.
Celso Rosa que presidiu a Comissão Técnica da Trensurb, que acompanhou o estudo
de viabilidade. Cito o nome do Professor Lindal, da Universidade do Rio Grande
do Sul, e em nome dele, dos demais professores PhD que, mediante convênio com a
TRENSURB, acompanharam esse trabalho.
Quero agradecer ao Sr.
Presidente, o cavalheirismo com que tem nos recebido em seu gabinete, quando
das exposições que fizemos a respeito desse trabalho que estava em elaboração
e, por último, quando fizemos a entrega deste exemplar que exibo aqui, como
documento que consubstancia a relação que está se estabelecendo entre a
TRENSURB e os órgãos públicos do Município e do Estado em função de um projeto
que se desenvolve na área do peculiar interesse, segundo a Constituição Federal
do Município, com participação do
Estado em razão de que se faz esse trabalho na região metropolitana e na qual o
Município de Porto Alegre está também, sendo ele oriundo de órgão federal. Conseqüentemente, é
necessário, e nós sentimos, desde cedo essa necessidade de aproximação entre
técnicos e administradores. Quero, portanto, agradecer a receptividade expressa
pelas atitudes do Sr. Presidente, como quero agradecer, em nome da empresa, à
Sra. Clênia Maranhão, que propôs, a Casa aceitou e já estava em plena sintonia
com as atitudes e iniciativas do Sr. Presidente para que esta exposição fosse
feita aqui.
Com esta intenção de
aproximar órgãos que tratam de projetos de natureza social na área que
delineei, no dia 11/08/95, a mesma época que lançamos o edital para o estudo da
viabilidade técnico-econômica e financeira da expansão do sistema metroviário,
nós constituímos uma comissão comunitária, que chamamos, com o sentido de
acompanhar a diretoria da empresa de trens urbanos de Porto Alegre junto ao
estudo que o consórcio vitorioso na licitação internacional de 1995 passou a
fazer.
Essa comissão, Sr.
Presidente, é constituída de representantes da Secretaria dos Transportes do
Governo do Estado do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Coordenação e
Planejamento do Rio Grande do Sul, pela METROPLAN, pelas Prefeituras de Porto
Alegre, de Novo Hamburgo, de São Leopoldo, Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí e
também pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Também tem representação da
FRACAB, do Sindicato dos Metroviários, da FIERGS, da FEDERASUL, da Associação
dos Empresários da Zona Norte e da Associação de Transportes Metropolitanos.
Essa Comissão se reuniu diversas vezes para apreciar resultados parciais do
estudo de viabilidade, que foi feito pelo consórcio Ecoplan, Magna, TCBR. As
duas primeiras de Porto Alegre, e a última, de Brasília, concorreram em uma
licitação em que se apresentaram
dezenove empresas reunidas em seis consórcios. Ganhou esse consórcio
cujo coordenador técnico é o Engenheiro Luiz Fernando Oliveira que está aqui
para fazer esta apresentação aos Srs. Vereadores.
Nós queremos saudar a todos os senhores, a Imprensa, os
funcionários da Casa e nos colocarmos inteiramente à disposição dos Senhores
para este contato que consideramos da maior importância por tratar-se de homens
e mulheres que representam a cidade na
sua mais significativa instituição que é o Legislativo da Cidade.
Fiz a entrega ao Sr.
Presidente deste original onde contém todo o estudo e quero fazer a entrega
hoje deste resumo para quem desejar um conhecimento mais rápido. É um trabalho
de divulgação.
Por que este projeto? Em
primeiro lugar, em l995 quando foi inaugurado a rede básica que está em
operação, ficou faltando um terço para concluí-la. Ou seja, foi feita de Porto
Alegre até Sapucaia. Então, nos apresentaram, quando assumimos em 1993, o corpo
técnico da Casa que nos advertiu sobre essa forte lacuna, de não ser concluído o projeto original. Passou-se,
então, a tomar iniciativas junto ao Governo Federal para se conseguir
reabilitar verbas para essa finalidade,
A estrada estava iniciada e há dois anos paralisada, e com todas aquelas
dificuldades que os Senhores conhecem. Lutou-se muito, conseguiu-se apoio
unânime de todos os partidos
políticos com assento no Congresso
Nacional, no Ministério dos Transportes se conseguiu igual apoio e,
posteriormente, todo o desenvolvimento que V. Exas. têm acompanhado. Ao mesmo
tempo, também advertidos pelos técnicos da Casa, nos era mostrado, Sr.
Presidente, que essa estrada, essa metrovia foi feita num lugar que não era o
mais adequado, ao longo do Guaíba, naquela área de pântanos, depois que deixa o
Guaíba, e que já tem um belo bairro, que é o Humaitá, e só depois de Niterói passa
a receber passageiros de dois lados, até por que o Humaitá está muito ligado ao
Centro, via ônibus, e nem tão ligado a nós, até fisicamente.
Concluímos, desde logo, que
jamais atenderíamos as exigências do Ministério dos Transportes e aumento de
receita própria ao ponto de tornar a empresa equilibrada. Cortou-se, inclusive,
convênios com diversas instituições por prejudicar financeiramente, tomou-se
"n" medidas de ordem administrativa e o subsídio deixou de ser de
82%, do Governo Federal, para ser, hoje, em torno de 60%. Então, subiu de 18%
para 32% a receita própria, mas não tem administração ou medidas
administrativas que façam com que se eleve mais a receita própria e, muito
menos, se elimine o subsídio federal. A
empresa é comercial porque vende passagem, mas tem uma tarifa social de
50 centavos para todo o Município de Porto Alegre, aumenta nas passagens
integradas. É bom dizer, não há metrô sem ônibus.
O metrô é a espinha dorsal
que deve ser alimentada por ônibus. E numa cidade grande como Porto Alegre,
cuja população tende a crescer barbaramente, também poder-se-á dizer que não
haverá ônibus sem metrô , porque o futuro será esse que vemos hoje, essa
verdadeira consternação no trânsito.
Então, há interesses recíprocos que devem ser salvaguardados sim
em favor da empresa privada, em favor da empresa pública, o que é possível em
termos de racionalização desse serviço. Não seria suficiente, Srs. Vereadores,
que concluíssemos esse trecho até a Universidade do Rio do Sinos. Para a
Unisinos, o primeiro trecho de 13,9 km, já estamos com a estrada de ferro
pronta nas duas vias, com a estação sendo concluída em 15 dias. Até o dia 30 de
outubro os sistemas eletroeletrônicos, tudo que diz respeito à segurança,
estará pronto; durante o mês de novembro haverá viagens experimentais e, se Deus quiser, em dezembro a operação
comercial permanente.
Isso funcionando, ainda
deixa a desejar, em termos econômicos, a empresa atual, porque mudado o perfil
de Novo Hamburgo, que deixou de ser
cidade dormitório como as demais e passou a ser um pólo de atração, não
proporcionaria demanda que equilibrasse o que foi estudado na década de 70. Era
necessário expandir, e nenhuma empresa comercial poderá ser considerada
respeitável se não planejar o seu futuro. O projeto veio, então, com toda
naturalidade. E a idéia mais velha que é o TRENSURB não é dessa diretoria, não
é da TRENSURB, é da Cidade de Porto
Alegre e vem sendo discutida há muitos decênios, sendo que a construção saiu
dali onde está, em vez de ser onde hoje se propõe, porque era de menor custo,
em função do que se fez na linha férrea da Rede Ferroviária Federal, então
desativada.
Por isso a Rede Ferroviária
Federal se tornou 70% proprietária da TRENSURB e só deixou de sê-la em 1994
quando essas ações foram autorizadas pelo Congresso Nacional , a passar para o
Governo Federal, que hoje é detentor de 95% das ações, enquanto o Governo do
Estado, em números redondos em 4% e o Governo
Municipal de Porto Alegre em 1%.
Então, foi lançado o estudo
de viabilidade em 1995, durante o ano houve a licitação e o ganho pelo
consórcio já indicado. Ele foi autorizado pelo Ministro Odacir Klein. O
contrato foi firmado com os vencedores mediante autorização do Ministro
Saldanha e, por último, quando da conclusão e entrega desses resultados, o
Ministro Eliseu Padilha compreendendo o alcance social desse trabalho deu essa
força que os senhores estão observando, em função de que se conseguiu, com
autorização do próprio Presidente da República, a licitação do projeto básico
de engenharia e a ampliação do estudo de viabilidade para cidades vizinhas:
Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí e Viamão.
Temos estreitado as relações
com os órgãos administradores do sistema de transporte - Prefeitura/METROPLAN.
Diversas visitas já fizemos ao atual
Prefeito Raul Pont, como anteriormente fizemos visitas ao Prefeito Tarso
Genro, como nesta Administração o Ministro Saldanha visitou o Prefeito, assim
como, por último, o Ministro Padilha também visitou o Prefeito. Temos uma
relação permanente com a Secretaria dos Transportes, da qual temos recebido o
maior apoio, informando e transmitindo dados importantíssimos sem o que a
ECOPLAN / MAGNA/ TCBR não teriam feito, com a excelência que fizeram, esse
trabalho. De parte da METROPLAN, também e das prefeituras atingidas recebemos a
maior colaboração.
Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, esta é a minha palavra como preâmbulo a esta exposição que é,
eminentemente, técnica; mas, esta notícia histórica é necessária para que os
senhores estejam a par do que sucedeu nesta Empresa que resolveu planejar o seu
futuro em função do interesse do usuário, das necessidades da Cidade e de
advertências como a do metrô de São Paulo; vocês estão planejando ainda em
tempo, São Paulo planejou tarde e vive os problemas das soluções retardatárias.
Inteiramente à disposição de V. Exas., nossa equipe técnica está aqui,
coordenada pelo Engenheiro Luiz Fernando Oliveira. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra ao Engº Luiz Fernando de Oliveira.
O SR. LUIZ
FERNANDO DE OLIVEIRA: Vamos fazer uma apresentação de
um vídeo, de 8 minutos, que retratará todo o trabalho que foi feito, e a
conclusão a que se chegou. Após forneceremos algumas informações técnicas a
respeito do trabalho, e estaremos à disposição para qualquer dúvida, e
questionamento.
(É feita exposição do
vídeo.)
O vídeo procura mostrar de
uma forma bastante abrangente as informações resultantes do trabalho, com
informações técnicas utilizadas. Deixamos a apresentação dessas informações
técnicas para este trabalho que será apresentado agora, o vídeo limita-se a
apresentar as conclusões, a forma da linha, o posicionamento de estações com
informações mais genéricas. Esta
divulgação está montada de forma alternativa, então alguns assuntos podem ser
mais detalhados, na medida em que surjam perguntas e informações necessárias e
complementares a serem feitas. Nós
vamos falar um pouco sobre cada uma delas e fica aberto a oportunidade para
qualquer questionamento que os Senhores queiram fazer.
Este trabalho contratado
pela TRENSURB, como o Dr. Faraco mencionou, teve o objetivo de estudar o
transporte na Região Metropolitana de Porto Alegre. Nós trabalhamos com
informações produzidas pela Metroplan e pelas diferentes prefeituras
da Região Metropolitana ao longo desses últimos 15 ou 20 anos. Inicialmente o trabalho foi feito não com o
objetivo específico de estudar o corredor nordeste da Região, mas sim estudar e conhecer como é feito o
deslocamento de toda a Região Metropolitana, onde as viagens são geradas, para que lugar as pessoas vão, de onde as
pessoas vêm, como elas se deslocam e através de que meios elas se deslocam.
O relatório que o Dr. Faraco
mostrou é composto desses itens. Em primeiro lugar há uma caracterização de
toda a área urbana, de toda Região Metropolitana, conhecendo a população, o
índice de mobilidade, as matrículas escolares, postos de emprego, postos de
geração de viagens e o nível de renda da população. Para isso foram realizadas
pesquisas específicas e levantamentos pesquisando informações existentes na
Metroplan e em outros órgãos estaduais e municipais.
Foi realizada uma análise de
tecnologias para o sistema de transporte coletivo em massa, ou seja, nós
procuramos conhecer, baseando-nos nessa caracterização que envolveu o aspecto
sócio-econômico, o sistema de transporte e o estudo de demanda, ou seja, saber
de onde as pessoas vêm, para onde elas vão e como elas se deslocam. Nós
procuramos adequar esse deslocamento, essa mobilidade em toda a Região
Metropolitana com as tecnologias de transporte, por exemplo, ônibus articulado,
veículos leves sobre trilhos, veículos pesados, metrôs, trens de subúrbio.
Todos os levantamentos, todas as informações que coletamos e produzimos foram
de todos esses municípios. O corredor nordeste se posicionando nessa região.
Então, todas as informações de caracterização sócio-econômicas com que trabalhamos foram para todas essas
localidades. População, gráfico de evolução, empregos, matrículas escolares,
renda e veículos da Região Metropolitana de Porto Alegre. O estudo de demanda foi feito analisando e
detalhando cada uma dessas informações. Fizemos, inicialmente, um trabalho de
pesquisa na METROPLAN sobre dados de origem de viagem em 1986. Todas essas
informações foram tratadas, fizemos a atualização de matrizes, um procedimento
bastante detalhado, usamos ferramentas bastante modernas de atualização dessas
informações.
A partir daí conseguimos
estabelecer para cada zona da Região Metropolitana de Porto Alegre produção e
atração de viagem, ou seja, de onde as
pessoas saem e para onde essas pessoas vão. Trabalhamos também o
indicador sócio-econômico para conhecer o comportamento da evolução
sócio-econômica da Região Metropolitana de Porto Alegre de forma que pudéssemos
ter não só para o presente, mas também para o futuro, a evolução de renda, a
evolução de matrículas, evolução de população que são fatores que afetam muito
fortemente a geração de viagens. Fizemos esse trabalho, dando um exemplo: a
evolução de indicador ônibus/km, ou seja, isso já a partir da análise feita da
situação, com projeto ou sem projeto. Esse comportamento seria o do total de quilometragem percorrida/dia,
pelo somatório dos ônibus na Região Metropolitana de Porto Alegre, sem o
projeto e esse seria o crescimento de ônibus com o Projeto. Essa diferença foi monitorizada, considerada como um benefício decorrente da implantação do
Projeto. E assim como este, temos outras evoluções, outros indicadores que
analisamos para poder conhecer como as pessoas se comportam na Região
Metropolitana.
A partir da realização deste
estudo de demanda, ficou caracterizado como as pessoas se deslocam. E, a partir
da análise de tecnologia, qual a tecnologia que melhor se adaptaria a essa
movimentação de pessoas. Com isso, foi feita uma proposição para a implantação
desse sistema. Nós fizemos alternativas e fizemos a escolha da melhor
alternativa, tanto em nível de traçado quanto em nível de posicionamento de
estações. Essas seriam as alternativas analisadas, ou seja, a partir do
conhecimento de todas as viagens, do carregamento desses corredores, quais as
avenidas mais movimentadas, que têm capacidade para receber ônibus e
automóveis, nós identificamos as necessidades. Na área localizada no Sarandi,
nós vemos a necessidade, já, de implantação de um sistema de maior capacidade,
um sistema que agregasse todas as demandas que viessem das regiões da área
Nordeste e que canalizasse essa demanda em direção ao Centro de Porto Alegre. E
foi identificado o corredor da Av. Assis Brasil como um eixo comum de ligação.
Na ligação da Av. Assis
Brasil com o Centro de Porto Alegre, foram analisadas alternativas para se
poder verificar a que melhor poderia
receber o sistema com as características necessárias para o transporte desta
população. Estas alternativas foram analisadas tecnicamente, que tipo de engenharia deveria ser necessária para a construção
disso, facilidades e dificuldades dessa construção e foi analisado
operacionalmente, qual dessas alternativas a que teria capacidade de atrair uma
demanda maior. A alternativa eleita foi a alternativa azul, que desce pela Av.
Benjamin Constant ou pela Av. Cristóvão
Colombo. Na transposição da área central, as restrições existentes nos
indicaram que esta seria a melhor opção, descendo a Av. Borges de Medeiros e
indo em direção à Azenha, deixando indicada a possibilidade de expansão do
sistema em direção à região sudeste de Porto Alegre.
A partir deste estudo, foi
feita a caracterização da alternativa selecionada.
(Demonstração no vídeo.)
Essa é a alternativa selecionada, ou seja, o sistema inicia na região do Sarandi, desce
pelas Avenidas Assis Brasil, Benjamin Constant, Cristóvão
Colombo e atravessa o Centro de Porto Alegre. Aqui temos identificados as
estações Sarandi, Sertório, Triângulo sendo que esse trecho é de aproximadamente três quilômetros e se apresenta em via
elevada. As demais estações, Lindóia, Cristo Redentor, Ubirici, São João até a
chegada do entroncamento com a Av. Benjamin Constant são subterrâneas. Podemos
ver também as estações Cairu, Benjamim Constant, Floresta, Ramiro, Conceição,
Voluntários, Rua da Praia, Açorianos, Cidade Baixa, Centro de Cultura e Azenha.
Procuramos preservar os
posicionamentos das estações em função
de marcos urbanos de referências conhecidas pela população. Todas estas
estações são subterrâneas e apresentam uma caracterização bastante particular,
em virtude de restrições de traçado de engenharia nessa localidade. O sistema
proposto parte da ligação da linha 1 com a linha 2. A Linha 1 do TRENSURB
funciona em um esquema operacional de "y". O objetivo dessa ligação é
ampliar a acessibilidade da população
que se destina à região Norte de Porto Alegre e vice-versa. Outra razão é fornecer à população
do Eixo Norte uma alternativa de deslocamento que permita que não se faça
viagens até o Centro retornando por
essa área, desafogando essa região que hoje é bastante movimentada, em termos de transporte urbano. Temos três
quilômetros em via elevada e, aproximadamente, quinze, dezesseis quilômetros em
via subterrânea. Nesse trabalho também foi feita uma concepção preliminar de todos os sistemas de energia,
telecomunicação, sinalização e das estações.
Temos uma modelagem dessa estação na área do Triângulo. Isso é
uma maquete eletrônica, uma modelagem que foi feita, nesse trecho elevado, ele
se apresentaria dessa maneira. Isso é na Estação Triângulo, fica logo depois do
entroncamento da Av. Assis Brasil com a Av. Baltazar de Oliveira Garcia. É a
primeira estação elevada. Aqui temos a Estação Sertório e uma modelagem de como
poderia se apresentar. Evidentemente, esse trabalho foi feito a partir da
concepção preliminar das estações, da via e do veículo proposto que é
apresentado nesse relatório e que o projeto básico pode confirmar, ou pode
fazer algumas pequenas alterações. Depois que foi caracterizada toda a
alternativa, nós fizemos a avaliação econômica e a avaliação financeira do
projeto. Nessa avaliação econômica foi considerado os benefícios de redução de
tempo de viagem, de custo operacional de ônibus e de automóvel, redução da
emissão de poluentes e redução do número de acidentes.
Todas essa informações foram
cotejadas em situação com e situação sem projeto, foram monitorizadas essas
informações, ou seja, esses benefícios, a redução de viagens de ônibus, não só
no centro de Porto Alegre, mas em todo o sistema metropolitano, a redução da
emissão de poluentes, a redução de acidentes, dos tempos de viagens, de
condicionamentos, tudo isso foi quantificado e nós pudemos chegar às
informações com relação a custos aproximados
de investimentos, e chegamos a 900 milhões de implantação com a
aquisição de material rodante distribuídos dessa forma: quase 50% em obras
civis e 1/4 com equipamento, material rodante. A previsão é a aquisição de
frota da ordem de 25 veículos e o restante distribuído em outros sistemas.
Sistemas fixos, só a energia para movimentar o veículo, é a telecomunicação, é
a sinalização para garantir a segurança, a regularidade e a confiabilidade do
sistema. O custo estimado nesse nível de trabalho para esse sistema
posiciona-se nessa situação, em comparação com outros metrôs semelhantes: Hong
Kong, Washington, Caracas, Santiago, Rio de Janeiro, São Paulo, Paris, Estados
Unidos, México. Então, se destacarmos estes três sistemas: Caracas, Washington e Hong Kong, cujo custo
é bastante alto, principalmente Hong Kong devido a custos de desapropriação,
dificuldade de implantação, percebe-se uma média de custo por quilômetro da
ordem de 50 milhões, e o posicionamento dessa estimativa perfeita da ordem de
40 milhões de dólares.
Foi feita uma análise
financeira do projeto que partiu da avaliação e do conhecimento e detalhamento
de três cenários, ou seja, um cenário com investimento total - nessa avaliação
financeira foi feito um balanço entre receita e despesa, com o Poder Público
fazendo todo o investimento -, com investimento em material rodante, feito por
uma empresa privada, semelhante ao que acontece com os ônibus - o Poder Público
investe em toda a infra-estrutura e um operador privado investe em material
rodante -, e um terceiro cenário que é somente de operação e manutenção - o
Poder Público, na mesma equação que pode ser montada como está sendo montado
outro sistema de transporte sobre trilhos, faria a execução, adquiriria o
equipamento e passaria essa operação e manutenção para um operador privado,
mediante condições específicas de contrato de concessão.
Para esses três cenários
foram feitas essas análises, essas cotejações, ou seja, quanto de receita
operacional iria se arrecadar com um salto de
140 mil passageiros/dia, que é o que existe hoje na Linha 1 do TRENSURB,
para 700 mil passageiros/dia, que seria o esperado a partir da implantação da
Linha 1, da Linha 2 e da conexão da duas linhas. Fez-se uma distinção de
passageiros integrados, de passageiros lindeiros, foi estimada a receita, essa
receita cotejada com os custos de implantação e de operação, apresentaram esses
resultados. Ou seja, para o cenário 1 temos o equilíbrio de receita e despesa
da ordem de 0,56, uma taxa de retorno, ou seja, uma taxa de interesse do
investimento da ordem de 5,4% - uma taxa inferior aos parâmetros de mercado,
aos parâmetros utilizados por órgãos de financiamento, que é da ordem de 12%.
Contudo, para um investimento do setor público é um valor bastante próximo da
taxa de remuneração de poupança, quer dizer, haveria ainda uma atratividade
para o Poder Público no investimento.
No segundo cenário, que
seria um investimento somente pelo Poder Público em obras civis e investimento
pela iniciativa privada e equipamentos, utiliza um equilíbrio receita/despesa
na ordem de 1,5, ou seja, as receitas cobrem bastante bem as despesas. Esse
cenário apresenta um período de retorno de 7 anos e uma taxa de retorno do
investimento de 26%, mostrando-se
bastante atrativo.
O terceiro cenário, que
seria só operação e manutenção - evidentemente o mais atrativo de todos, pois
não apresenta despesa, custos iniciais, só apresenta custos operacionais - apresenta um equilíbrio receita/despesa na
ordem de 2,4. A taxa interna de retorno, neste caso, não é calculada, porque temos o fluxo só positivo de caixa.
Essas informações estão,
evidentemente, detalhadas nesse trabalho, no estudo onde é apresentada toda a
metodologia de desenvolvimento das informações, da tabulação dos dados e de
produção desses insumos, de custos operacionais de manutenção. Estamos
mostrando o resumo.
Foi feito, também, no escopo
desse projeto, uma análise preliminar de impactos ambientais. Essa matriz que
estamos apresentando mostra o nível do impacto e a criticidade do impacto em
cada situação. Temos uma situação que é mais detalhada nesse estudo de
viabilidade, apenas uma forma de ilustrar para os senhores identificarem onde a
criticidade é maior ou menor e onde o impacto efetivamente ocorre não só em
nível da implantação do sistema, durante a execução, durante as obras, como
também durante a operação.
Essas foram as informações,
são os dados que geramos e utilizamos na realização desse estudo.
Essa apresentação tem como
objetivo não só ser feita pelo pessoal do TRENSURB, pela equipe que
desenvolveu, mas tem um caráter interativo e pode ficar à disposição dos
senhores para buscar mais informações.
As informações detalhadas,
toda a metodologia, todos os dados e informações estão no relatório
apresentado, e os trabalhos de tabulação, pesquisa, leituras, contagem de
tráfego que foram feitas para a atualização de matrizes também estão à
disposição da TRENSURB para poder fazer
essas análises.
Estou à disposição para
qualquer pergunta. Esperamos ter dado, com o vídeo e com esta apresentação, uma
idéia geral e abrangente do trabalho
executado. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Nós
queremos agradecer as palavras iniciais do Sr. Adão Faraco que sempre nos
trouxe, com a maior distinção, todas as informações, procurando sempre o entrosamento
da Câmara Municipal com a Empresa TRENSURB. Nosso elogio ao trabalho técnico de
alto nível que tivemos a oportunidade de assistir tanto na exposição feita
como quanto na apresentação do conteúdo detalhado do projeto.
Estão inscritos os Vereadores:
Clênia Maranhão, Jocelin Azambuja, Paulo Brum, Cláudio Sebenelo, Luiz Braz,
Adeli Sell, Fernando Záchia, João Carlos Nedel, Guilherme Barbosa, Elói
Guimarães e Gerson Almeida.
Infelizmente não há vaga
para todos falarem mas tenho quase certeza de que as colocações feitas pelos
Vereadores inscritos vão satisfazer a todos nós.
Com a palavra com a Vera. Clênia Maranhão.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Sr.
Adão Faraco, Presidente da TRENSURB, Engenheiro Luiz Fernando de Oliveira,
Srs. Dirigentes da TRENSURB que estão presentes, é com grande satisfação que
fui a proponente da vinda dos senhores
a esta Casa e o relato que vimos até
agora mostra a justeza da decisão unânime do Parlamento de Porto Alegre em discutir este tema neste
dia. Tive a honra de participar da
Comissão Comunitária na sua primeira
fase representando esta Casa e a Câmara Municipal de Porto Alegre tem tido com a TRENSURB uma relação muito
próxima, quer seja pela preocupação que é de nossa responsabilidade em relação
ao transporte de nossa Cidade e também
porque nós acompanhamos outras
iniciativas da empresa inclusive na
área social, como o projeto de profissionalização, de atendimento a
adolescentes.
Talvez o conjunto das
explicações dos senhores já seja
suficiente para tirar grande parte das nossas dúvidas, porém gostaria de
fazer três perguntas que talvez estejam
presentes nas preocupações neste
momento. Acompanhei junto com outra
Liderança desta Casa o edital do Governo do Estado, no Palácio do Governo, em relação à licitação dos projeto de expansão do trem metropolitano. Como foi
um ato público, ficamos com a curiosidade de conhecer mais sobre as etapas que
contém este edital. Uma outra questão que eu acho que seria interessante é em
relação aos prazos: como se prevê a finalização de uma obra deste vulto. E
ainda temos a preocupação, tendo em vista que
é uma empresa da União, mas se situa no nosso município, na região da grande Porto Alegre, de saber
quais são os instrumentos que estão sendo pensados em relação aos organismos financiadores, em relação a parcela da
União e sua relação com o Governo do Estado, o
município de Porto Alegre e os
municípios por onde o projeto está
sendo pensado. Era isso, muito
obrigada.
(Não revisto pelo oradora.)
O SR.
PRESIDENTE: Tem a palavra o Sr. Adão Faraco.
O SR. ADÃO
FARACO: Solicitei
ao Sr. Nelson Lídio Nunes que viesse à mesa porque ele é Superintendente de
Desenvolvimento e Expansão, em cuja área se desenvolve o trabalho e, portanto,
para o detalhamento está aqui para bem informar.
O SR. NELSON
LÍDIO NUNES:
Posso informar à Senhora Vereadora: o prazo de licitação é de 45 dias. É
internacional. Já foi publicado o edital, saiu quarta-feira passada. A data
máxima coincide com 4 de novembro, quando estarão sendo apresentadas as
propostas pelos licitantes. Já houve retirada de seis editais por empresas de
Porto Alegre e de fora de Porto Alegre, e dizem - a título de informação eu transmito - que há interesse na
formação de consórcios diversos. Quanto ao financiamento: deverá ser por algum
órgão internacional, que poderá ser o BIRD, o BID, o Exinbanc/ Japão. Os prazos
para financiamento: de 20 a 25 anos. Os juros: 6% ao ano. O prazo de carência é
de quatro anos. A construção poderá iniciar tão logo esteja concluído o projeto
básico de engenharia associado à liberação de financiamento. Enquanto isso já
estaremos licitando, a partir do próximo mês de dezembro, o projeto final de
engenharia, com a pré-qualificação das empresas, o que faz com que se ganhe
tempo. Quando estiver já devidamente
cumprida essa fase poderemos receber as propostas técnicas para a
construção propriamente dita. De uma forma genérica, sucinta, devo ter
respondido às questões levantadas.
O SR.
PRESIDENTE: Colocamos
em votação o Requerimento de pedido de licença para tratamento de interesses
particulares, no dia de hoje, da Vera. Maria do Rosário. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO. Em seu lugar empossamos a Vera. Helena Bonumá, que integrará
a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos.
O Ver. Jocelin Azambuja está
com a palavra.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA: Sr.
Presidente é uma satisfação cumprimentar o Dr. Faraco, companheiro cepemista, dos nossos movimentos
do Círculo de Pais e Mestres, e que tão brilhantemente tem administrado a
TRENSURB, já com a sua experiência administrativa de ex-Prefeito do nosso
Alegrete. Isso tudo fez com que a TRENSURB tivesse um trabalho muito positivo
ao longo desse tempo. Nós temos uma grande alegria em estarmos aqui hoje e
também em ouvirmos essa exposição de V. Exª e dos demais membros da TRENSURB
que aqui comparecem, porque a partir de 93, quando assumimos nesta Casa, nós
iniciamos uma mobilização no sentido de integrar a Grande Porto Alegre, através
da TRENSURB.
Nós temos Pedidos de
Indicações feitos ao Governo Federal. Quando V. Exª esteve aqui nesta Casa, em
1994 apresentando as preocupações da TRENSURB nessa busca de integração, nós
também tivemos a oportunidade de colocar pessoalmente a questão, depois de
indicarmos ao então Ministro dos Transportes, Odacir Klein, a preocupação dessa
integração com a Grande Porto Alegre. E vejo com satisfação que o projeto se
amplia, atingindo uma área que vai também para o lado da Zona Sul de Porto
Alegre, possibilitando que nós tenhamos no futuro uma estrutura de transporte
muito mais ampla, muito mais qualificada. Nós vislumbramos, com a implantação
da TRENSURB, que não teremos, no futuro, os problemas que hoje o Rio de
Janeiro, São Paulo e outras capitais brasileiras enfrentam. Então, é
fundamental o nosso apoio a esse tipo de projeto, como já vínhamos fazendo
desde 93.
Por outro lado, um dos
grandes questionamentos fica no sentido de quando teremos possibilidade de
andar na linha. Sei que é difícil de quantificar esses tempos, foi isso que a
Vera. Clênia quis saber, a população quer saber quando vai andar na linha.
Outra preocupação, sabemos
que isso demanda prazos, tempos que são necessários, no ano passado havia uma
mobilização em Porto Alegre no sentido de se transferir a Rodoviária da área central lá para o Aeroporto. Vimos
que era um empreendimento equivocado, pois vimos que a nossa Rodoviária tem
capacidade de atender a demanda nos próximos 40 ou 50 anos, mas fizemos uma
proposição ao Secretário Estadual dos Transportes, também as autoridades da
região metropolitana, no sentido de que fizéssemos uma linha, um terminal, uma
estação rodoviária para atendimento das linhas de transporte rodoviário da
Grande Porto Alegre, junto ao Aeroporto, aproveitando a Estação Aeroporto da
TRENSURB, e com isso fazendo aquela integração, que até hoje não saiu a
integração do TRENSURB com as empresas de ônibus, e é importante que seja
feita, que seja cumprida a proposição. Porque se o TRENSURB não tem, hoje, a sua capacidade maior
atingida é porque não tem recebido esta integração.
Mas, Porto Alegre precisaria
desta integração, de imediato, que seria a Estação Rodoviária Aeroporto para os
ônibus da Grande Porto Alegre, porque é um absurdo termos, hoje, ônibus da
Grande Porto Alegre vindo ao centro, quando temos a linha da TRENSURB que vem até o Mercado Público. Este seria
um projeto mais emergencial. Sei que não depende da TRENSURB a construção de uma Estação Rodoviária para
atendimento, justamente, da Grande Porto Alegre, dos ônibus que vem ao centro
da Cidade. Mas, seria uma ação conjunta até para de forma mais imediata,
ocupar-se a linha existente da TRENSURB, fazendo esta integração.
Com isto eliminaríamos o
movimento de ônibus dentro do centro da Cidade. E por outro lado, nos livraríamos da poluição que os ônibus nos trazem.
A nossa pergunta é no
sentido de como a TRENSURB vê esta
integração rodoviária que tem que ser feita para ampliação da atual linha, e
quais os prazos previstos para que possamos andar na nova linha. No mais,
cumprimentá-lo, juntamente com sua equipe, pelo excelente trabalho e que o
projeto venha rápido.
O SR. ADÃO
FARACO: Para
a conclusão do projeto básico de engenharia, teremos até 210 dias, eis que está
sendo licitado, e cuja data de apresentação de propostas é dia 04 de novembro.
Quando vamos andar na futura
linha? Se tudo der certo, se não houver grandes recursos administrativos, que
muitas vezes atrasam o desenvolvimento das licitações, se houver financiamento
por organismos externos, poderá, certamente, começar essa construção dentro 8,
10 ou 12 meses. O prazo de construção será de quatro anos, Conseqüentemente
estaremos andando na linha "2" no ano 2002. Quem sabe, se houver
acordo, poderemos marcar a data de 20
de setembro de 2002, que é uma data magna da nossa história e bom para se
comemorar com um evento dessa natureza.
Há muitas discussões a
respeito da nova estação rodoviária. Nossos técnicos têm participado dessas
discussões, e, efetivamente, é necessário que haja o deslocamento da
concentração de ônibus da rodoviária em estudos que estão sendo feitos
dirigidos pela Prefeitura e com a participação da Metroplan, enfim, estudos
fortes que darão, certamente, a solução.
A integração trem/ônibus,
tem razão, o Senhor, quando afirma dessa maneira. Nós temos 63 linhas
integradas e precisaríamos, certamente, muito mais. Há um exemplo de excelente
integração do metrô com a Carris, para citar Porto Alegre. Uma excelente
integração com as empresas de Canoas. É necessário melhorar em toda linha, e,
na medida em que houver integração maior, a atual linha "1" poderá
até dobrar as condições de transporte, ou seja, a demanda poderá dobrar, isto
é, para 200 e poderá ir, quem sabe, até 250 mil passageiros/dia como resultado
de uma excelente integração. É difícil isso acontecer, mas é possível, é
necessário que de parte do poder concedente, que está com o DAER, haja um
estudo, uma atualização, uma integração mais intensa. Muito obrigado.
O SR. PAULO
BRUM: Saúdo
o Sr. Adão Faraco, cumprimento-o pelo belo trabalho que vem fazendo frente a
TRENSURB. A minha pergunta é quanto à
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiências ao sistema de
transporte ora apresentado, ou seja, notadamente aqueles que usam cadeiras de
roda, os cegos. Existe essa previsão?
O SR. ADÃO
FARACO: Sr.
Vereador, existiu essa preocupação, houve a recomendação, há a solução, e passo
a palavra ao Dr. Luiz Fernando de Oliveira que nos dirá como será.
O SR. LUIZ
FERNANDO DE OLIVEIRA: Falo como projetista, menos em obediência à legislação nacional, que
facilita o acesso das pessoas portadoras de deficiência física eventual ou
permanente às estações do Metrô, mas mais como um direito que essas pessoas têm
como cidadãos de ter acesso a todas essas instalações, a esses equipamentos. Já
tive casos, na família, e sei das
dificuldades que isso traz a essas pessoas, sei do desejo que elas têm de
participar normalmente. Em Brasília, tivemos a oportunidade de trabalhar no
Projeto do Metrô, onde esse assunto também foi levantado, e foram dadas
soluções para essas questões. Em nível de projeto básico, que foi feito hoje, a
proposta de solução, de facilidade de
acesso dessas pessoas ao sistema, está sendo proposta na forma de elevadores e
também da preparação de pessoal para acolher esses deficientes, para se poder
fazer o transporte e o deslocamento
dentro da estação.
Então, toda a forma de
circulação vertical proposta nesse
nível de concepção é feita através de elevadores. Foi uma solução, em
detrimento de rampas, uma vez que os locais, onde se instalarão os sistemas,
são locais com espaço bastante exíguo. Em Brasília, fizemos um estudo de
viabilidade da implantação de rampas e de elevadores. Os elevadores se
mostraram com um custo mais atrativo. Então, existe essa previsão, existe essa
determinação na concepção do projeto.
O SR. CLÁUDIO
SEBENELO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Srs. visitantes. Eu queria cumprimentar a
Vera. Clênia Maranhão pela iniciativa magnífica de trazer aqui hoje o nosso
TRENSURB em peso, com a presença do Sr. Diretor-Presidente, com um magnífico
trabalho, Dr. Adão Faraco; a brilhante exposição do Dr. Luiz Fernando de
Oliveira, e a presença de todos os outros diretores, inclusive do Dr. Nivaldo, do Dr. Renato, de toda a
direção do TRENSURB, que vem fazendo esse trabalho que marca não só a Cidade de
Porto Alegre, mas toda a sua Região Metropolitana, que se transforma, hoje, em
verdadeiros bairros, arrabaldes da cidade de Porto Alegre e que, pela sua
densidade industrial, pelo seu movimento de universidades, faz-nos pensar com
extrema seriedade nesse grande problema de megalópoles, de acumulação, de
explosão demográfica em suas direções, em suas setas que apontam, certamente,
circularmente, para o pólo das grandes capitais brasileiras.
Há nesse trabalho,
indiscutivelmente, um compromisso com a seriedade. Eu queria parabenizá-los
pela didática e pela facilidade com que
um assunto tão complexo nos foi transmitido. O compromisso com o social e a
competência na solução desses problemas, é a melhor forma de combater e fugir
do populismo demagógico dos agentes da sinestrose, e de mostrar a este País que
nós podemos crescer organizadamente e solucionar, ao mesmo tempo, esses
problemas sem obras faraônicas, mas com uma obra de baixa tarifa, com geração
de empregos, com um mínimo impacto ambiental, com possibilidades de novas
interligações, de novas integrações e, principalmente, uma integração humana
das cidades em volta de Porto Alegre.
Por outro lado nós,
porto-alegrenses, sentimos na pele o enfrentar diário do infernal trânsito e a
sua morosidade, havendo tanta necessidade por parte de todos os seus habitantes
e pela modernidade dos problemas de uma Cidade mais nervosa e mais ativa como
Porto Alegre e fazer com que esse trânsito seja aliviado. Talvez, esta seja uma
das formas inteligentes, porque passa também por uma melhora intensa da
qualidade de vida dos porto-alegrenses.
A minha pergunta se volta às
possibilidades que esse sistema faz de interligação, não em nível de uma para
outra, mas na formação de outras radiais no futuro e, inclusive, de ligações
circulares entre elas. Que possibilidades nós temos, inclusive, em relação as
cidades-satélites de Porto Alegre? Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. ADÃO
FARACO: Sr.
Presidente, se me permite, quero só acrescentar para o Ver. Paulo Brum que o questionamento referente a
deficientes está previsto no Item 2.616.1, específico do Projeto de Licitação à
solução dada pelo engenheiro.
Ver. Cláudio Sebenelo, é
evidente, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, que a todos nós, da TRENSURB, agrada
ouvir considerações dessa natureza. Quando se fala em seriedade, é óbvio que é
uma obrigação nossa, e acredito que esta esteja sendo cumprida, salvo se houver
engano, somos muitos que achamos que não.
O que é essa seriedade? É
uma compenetração de que tem que haver esse planejamento, tem que se criar um Plano Diretor de Expansão , faz
quatro anos que se estuda isso. Se oficializou através da licitação e saiu esse
trabalho que, não deixo por menos, é magnífico. Poderá ter deficiências e equívocos,
mas só dessa discussão e da cumulação
de conhecimentos de outras áreas, e foram levados todos os estudos das
prefeituras da região metropolitana a partir de Porto Alegre, da METROPLAN,
para que não fosse mais um projeto, mas é o projeto.
Veja V. Exª. que a pretensão
é grande, acreditamos que essas empresas tenham conseguido chegar a esse
patamar. É um grande projeto? É. Não é faraônico, ele é grande porque a questão
é grande. Ele é grande, mas não tanto quanto Porto Alegre precisa, porque está
começando com um túnel de 16 quilômetros, uma elevada de 3 quilômetros, o que é necessário e é muito mais. V. Exa. aponta com muita propriedade, não
apenas as radiais, mas a interligação entre elas.
Nós estamos propondo,
basicamente, a Linha 2, que é a que já foi definida; as extensões, que são
objeto, também, da licitação presente de Sarandi para Cachoeirinha e Gravataí; do triângulo da Assis Brasil para
Alvorada, e da Azenha para Viamão. Automaticamente, virão as ligações entre
elas, desde essas extensões até o centro de Porto Alegre, que deverá, também,
ser objeto de uma licitação para estudo de viabilidade e de uma licitação
posterior para projeto básico de engenharia. O que é verdade é que está dada a
largada. A empresa projetou o plano básico de extensão, o restante virá à
medida do interesse dos órgãos públicos, do seu entrosamento e da administração
de conflitos que, naturalmente, um projeto dessa extensão gerará, de maneira
especial no município em que se desenvolve, como por exemplo Porto Alegre/ Assis
Brasil.
Tudo isso será objeto de
administração entre as áreas competentes. Evidentemente, temos não só a
convicção como a certeza de que os órgãos,
e os seus detentores terão toda a capacidade, inteligência e senso de
oportunidade para estudar e viabilizar esse projeto para que não haja
frustração. Está em licitação, também, o RIMA para essa área e a questão de
geração de empregos. Posso relembrar, aqui, as estimativas de acordo com a
técnica aplicada pelo Banco Mundial num projeto dessa envergadura: da Linha 2,
Sarandi, Centro, Azenha, deverá gerar 9.543 empregos diretos e, indiretos
gerará 19.086 empregos. Penso que tenha respondido, Sr. Vereador.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é uma
satisfação muito grande estar recebendo aqui o Dr. Adão Faraco, juntamente com
os outros técnicos, para falar sobre essa obra, que é muito importante. Para
mim é uma satisfação ainda maior, porque a participação da Câmara, acompanhando
esse Projeto, começou em 1994, quando nós, por uma eventualidade, presidíamos a
Câmara Municipal de Porto Alegre.
Grande parte da minha
curiosidade, com referência a esse Projeto, já foi satisfeita com as
respostas que ouvi até agora, como
por exemplo, o problema do
EIA-RIMA, que é uma preocupação e vejo já estar em processo de licitação. Eu
gostaria de saber qual é o envolvimento que existe até agora, ou se existe
algum acompanhamento por parte da Secretaria de Planejamento do Município,
porque vejo que as coisas vão se afunilando e, daqui a pouco, nós já estaremos entrando
no terreno prático. É claro que quando do surgimento da obra, aquelas empresas
que hoje operam o transporte coletivo naquela região vão desaparecer ou, pelo menos, diminuir. Acho isso importante,
pois praticamente quase todo transporte será feito através do trem. Sei que a
frota que temos em Porto Alegre é uma frota nova e continuam fazendo
investimentos, e elas vão precisar de um planejamento, até para que possam
diminuir sua importância naquela região.
Pergunto, então, se já
existe algum tipo de estudo, ou algum tipo de contato com as empresas para que
isso possa ser feito, com relação aos prejuízos a serem sofridos, porque
existem investimentos do próprio Município naquela região?
O SR. ADÃO
FARACO: Em
primeiro lugar, eu gostaria de dizer que a Associação dos Transportes
Metropolitanos de Porto Alegre está na Comissão Comunitária, que acompanha o
Projeto, desde 11 de agosto de 1995. É claro que esse acompanhamento não é
suficiente para corresponder à necessidade e ao aprofundamento de estudos de ordem administrativa de como
serão as empresas posteriormente ao Metrô, mas estão acompanhando e sabem do
desenvolvimento desse trabalho. Também o Superintendente me alcança, agora, o
próprio edital, onde, no ponto 2.6.19:
“Integração Intermodal. Pesquisas complementares às já efetuadas,
visando à utilização do uso do sistema Multimodal." Conseqüentemente,
ônibus. É conveniente reafirmar, sempre, não existe metrô sem ônibus. A
integração é absolutamente necessária, como também já estamos chegando no momento
em que o próprio ônibus precisa do metrô para racionalizar; completam-se. Eu me
preocupo, assim como as empresas, com esta questão integração. Por quê? O que é
necessário? Prevenir-se, estudar cedo, aprofundar com a Câmara, com a
Prefeitura, os estudos necessários para os novos trajetos que serão
necessários, para que não concorram, como é o caso da BR 116, em que o trem e o
ônibus são concorrentes, em vez de ser
só uma dorsal que recebe alimentação via ônibus. Mas é uma questão séria, tem
que ser estuda, não podemos correr o risco. Até que o estudo não tenha a sua
aplicação imediata, mas tem que haver. Já estamos vivendo esse problema em São
Leopoldo, onde há mais manifestação de preocupação de empresas diversas do que
a certeza de que o trem vai chegar lá o dia l5 de dezembro e ainda não existe a
integração total.
Alguma reformulação tem que
haver e, para que não haja prejuízo, quanto mais cedo se fizer melhor.
Não haverá necessidade de diminuir o número de carros, mas racionalizar o seu
uso e fazer, com maior freqüência, o transporte do usuário por trem. Essa é a
nossa visão. Através da Prefeitura e da Secretaria de Transportes, já temos
tido contato com a Secretaria de
Planejamento informando o estágio e a evolução desse trabalho, mas agora
as ligações serão mais formais e mais fortes, estamos fazendo novas visitas,
oficializando nesse sentido. E já estamos esboçando uma comissão mista,
Município e TRENSURB, para visualizar a questão em toda sua extensão e planejar
tudo que é necessário para uma obra dessa envergadura. As implicações em
projetos da Prefeitura é um fato importante, sério, preocupa a todos e,
naturalmente, ter-se-á que pensar muito
rápido para que os prejuízos não sejam significativos. Há conflitos e vamos
administrá-los. Há competência muito forte na Prefeitura, nos seus órgãos
técnicos, como nos técnicos da TRENSURB, do Ministério dos Transportes e,
evidentemente, do Governo do Estado, através da METROPLAN, cujo projeto já
recebeu apoio do Governo do Estado para
que se pudesse consubstanciar a
carta-consulta que vai a um dos órgãos financiadores e possibilitar a
realização do projeto.
O SR.
PRESIDENTE: Queríamos anunciar a presença do Diretor do
DEP, Engenheiro Vicente Rauber, acompanhado do Engenheiro Álvaro Pedrotti e do
Engenheiro, Diretor do DMAE, Dieter Wartchow. Eles estão aqui aguardando a
votação importantíssima que teremos hoje dos três projetos de financiamento
Pró-saneamento e Pró-moradia. Eu faço um apelo aos Srs. Vereadores para que
sejamos breves. O Ver. Adeli Sell está com a palavra.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, eu gostaria de saber algumas coisas sobre os
procedimentos técnicos acerca das perfurações. Um longo percurso, em torno de
15 quilômetros, numa área tão densamente construída como é o centro de Porto
Alegre, quais as implicações que isso terá? Qual o tipo de atitude, em termos
de tecnologia, de modernidade, que será introduzido aí para que haja pressa na conclusão dessas obras? Como o
senhor mencionou, isso trará , numa
construção dessa grandeza, enormes transtornos para o conjunto da população,
apesar dos inúmeros benefícios que
trará posteriormente, mas há um momento crítico. Como isso está sendo pensado
nessa Comissão, parece haver uma necessidade de entrosamento entre Governo Federal,
Estadual e Municipal, particularmente a Secretaria Municipal do Planejamento e
a Secretaria Municipal dos Transportes.
O SR.
PRESIDENTE:
Sr. Adão, vou-lhe fazer uma sugestão: se não houver prejuízo, nós respondermos
a cada três intervenções para diminuirmos um pouco o tempo.
Está inscrito, a seguir, o
Ver. Luiz Fernando Záchia. No momento, ele não está presente. Passamos, então,
a palavra ao Ver. João Carlos Nedel e, depois, ao Ver. Guilherme Barbosa.
O SR. JOÃO
CARLOS NEDEL: A
minha preocupação é que hoje estamos tratando do corredor da Zona Norte, que é
uma realidade e uma necessidade. Mas nós, aqui na Câmara, temos que prever as
realidades futuras, e no Plano Plurianual de Investimentos há uma Emenda do Sr.
Presidente desta Casa que solicita estudos para a viabilização do metrô para a
Zona Sul de Porto Alegre. Eu queria perguntar se o assunto "Zona Sul"
foi estudado, está previsto, tem alguma coisa no planejamento, porque hoje
ainda há espaço para que as vias sejam estabelecidas sem maiores custos, mas
daqui a 10 anos, quando for viabilizado esse investimento, não haverá mais
espaço para as vias, ou seja, as dificuldades serão muito maiores. A minha
pergunta é se há algum estudo, alguma viabilidade, alguma pesquisa sobre Zona
Sul ou extensão de Viamão à Lomba do Pinheiro, da Restinga, voltando por
Ipanema, ou coisa assim.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: Quero cumprimentar a todos da equipe do TRENSURB, pela qualidade do
trabalho que é realizado, e dizer que, mais cedo ou mais tarde, nós todos da
região metropolitana iríamos precisar estabelecer um transporte de massa como
alternativa principal ao transporte rodoviário.
Quero fazer algumas
perguntas ao Sr. Adão Faraco, como por exemplo: qual o custo que está previsto
para o projeto final de engenharia, que, segundo o Senhor será licitado agora
em dezembro, e se será assumido o seu custo pela TRENSURB?
Também, no caderno
distribuído, verificamos que, do custo total da obra, a metade será bancada
pelo Banco Interamericano - BID - e os outros 50% divididos entre a iniciativa
privada, Governo Federal, Estadual e, possivelmente, o Municipal. Há algum
documento, algum convênio assinado, definitivamente, que garanta esses recursos
do Governo Federal? Às vezes, nos preocupamos com as notícias de que o Governo
Federal quer estadualizar o TRENSURB, não sei se isso reverteu-se.
Pergunto também com relação
à tarifa usada no estudo de viabilidade econômica. Se foi trabalhada nos 50
centavos, que é a tarifa de hoje, ou se foi outro valor?
Por fim, por que conseguimos
ter uma previsão de um valor tão baixo - o que é positivo - na implantação de
cerca de 40, 50 milhões por quilômetro? Temos notícias de que em São Paulo e no
Rio de Janeiro esse valor ultrapassou os 100 milhões por quilômetro, e em
outros países têm chegado a 200 milhões. Qual seria o elemento definidor deste
valor baixo comparado com os outros?
A mim parece muito
importante essa demonstração da qualidade do trabalho, pois mostra que o
serviço público, quando bem gerenciado e na relação, inclusive, com a Universidade
Federal, pode dar certo. Muito obrigado.
O SR. ADÃO
FARACO: A
primeira pergunta das três, a questão das desapropriações, a resposta técnica
será dada pelo Eng. Luís Fernando.
Quero dizer ao Vereador que
no estudo houve um cuidado no sentido de planejar a linha através de ruas e
avenidas. Há alguns pontos, onde terá que haver desapropriações. Numa extensão
dessas, será o mínimo. O projeto básico de engenharia é que vai estabelecer o
que vai ser desapropriado ou não. A informação será dada pelo técnico.
Relativamente à zona sul
aparecerá, fatalmente, no estudo de viabilidade que está sendo licitado, agora,
especificamente para aquelas regiões, em decorrência do impulso dado pelo atual
Ministro dos Transportes, o que era mais evidente, em decorrência desse estudo,
mas fatalmente terá que se chegar ao ponto de estudar globalmente, sob pena de
termos estudos parciais e deficientes, o que não é conveniente em um trabalho
dessa envergadura, será objeto do próximo estudo.
Custo do projeto, item
9.1.12: o preço global da licitação do projeto básico de engenharia é de R$ 4.235.000,00, suportado pelo orçamento da
TRENSURB, com fonte federal. E, ainda, o estudo de viabilidade dessas extensões
já identificadas: R$ 1.050.000,00. O
valor da obra está orçado em R$ 962.000.000,00, o túnel de 16 quilômetros e a
elevada. E o valor exato está previsto, ou menor ou maior, através do projeto
básico de engenharia.
Há opiniões diversas, no
sentido de que pode ser muito mais, há opiniões de que deve ser mais ou menos
isso, e há opiniões do Presidente da TCDR, Sr. Renato Ely, da Empresa de
Brasília, que acha que não chega a esse valor.
Presumir-se era tanto quanto
se podia fazer no estudo que está aqui, agora vamos para a realidade, e essa
será apontada pelo projeto básico de engenharia. O Dr. Luiz Fernando responderá
as questões técnicas.
O SR. LUIZ
FERNANDO DE OLIVEIRA: A primeira pergunta é com
relação a obra e método construtivo. Apesar de, no estudo das obras,
indicarmos onde vai passar o sistema e algumas soluções para a execução da
obra, não entramos no detalhe dessa execução no plano de obra e de como isso
deveria ser feito. Isso é objeto do projeto básico. Evidentemente haverá
transtornos durante a execução. Dentro do que pudemos ler nessa última semana
no edital, está previsto todo o planejamento da obra para minimizar esse
impacto. As investigações que vão definir
o tipo de solo que existe e que vão determinar o tipo de construção, se
deve ser uma execução de obra totalmente enterrada, se deve ser aberta na
superfície e depois recoberta, isso só poderá ser definido a partir do projeto
básico.
Haverá transtornos, mas
temos certeza que isso será compensado pelo benefício futuro da obra.
Essas escavações poderão ser feitas a
céu aberto, ou seja, escava, faz uma cobertura provisória, a circulação do
trânsito flui normal, e a obra continua na parte subterrânea. Ou também pode
ser feita uma escavação totalmente subterrânea sem qualquer transtorno para a
superfície. Com relação ao custo por quilômetro, chegamos a essa estimativa de
custos a partir de insumos observados em outros projetos do Brasil - o projeto
do metrô de Brasília, do metrô de Recife, do metrô de Belo Horizonte e também a
extensão que está sendo feita hoje pela TRENSURB. Quanto à comparação com
outros sistemas, como mostrei, sistemas mais caros, temos que tomar muito cuidado.
No caso dos metrôs do Rio de
Janeiro e de São Paulo, o atraso no prazo de execução impacta muito
negativamente no custo da obra. Tivemos o exemplo do metrô do Rio de Janeiro,
que ficou sete anos com equipamentos submersos, para poder fazer retirada de
água enquanto a obra estava paralisada. No caso de São Paulo, tivemos
equipamentos que ficaram no subterrâneo, equipamentos mecânicos de escavação
que ficaram durante a paralisação da obra. Isso onera por demais a execução da obra. Usamos os insumos de obras que
correram normalmente, como foi o caso de Brasília, quando se utiliza isso,
realmente o custo fica dessa ordem. É claro que o custo efetivo por quilômetro
só pode ser determinado quando a execução for completa. Estimamos isso a partir
de obras que estão correndo normalmente; e daí termos chegado ao custo da ordem de quarenta milhões de
dólares, por quilômetro.
O SR. ADÃO
FARACO: A tarifa que foi levada em consideração a
respeito de toda essa questão futura e equilíbrio econômico-financeiro foi a de
cinqüenta centavos, a chamada "Tarifa Social". Eu acrescentaria, para
elucidar bem essa questão do subterrâneo, poderá ser subterrâneo de grande
profundidade ou de menor profundidade, dependendo do que for indicado pelo
estudo geológico, mas diminuirá significativamente onde, em vez de subterrâneo
inteiramente, se fizer uma vala, como
um viaduto com a parte inferior enterrada, expressando-me como um leigo.
De qualquer forma, como o
engenheiro disse: para conclusões definitivas, tem que sair do presumido, e só
se chegará a isso através do projeto básico de engenharia, que é esse que está
sendo licitado.
Sobre a estadualização, é de
1993 a lei que regulamenta artigo da
Constituição Federal de 1988, que manda
estadualizar e ou municipalizar os sistemas de transporte coletivo mantidos
pela União. Está sendo feito isso no Brasil, está iniciando no Rio Grande do
Sul, e já foi assinada uma carta de adesão ao trabalho que se desenvolve agora
pelo Governador do Estado, e, naturalmente, isso dá abertura ao caminho da
estadualização, que, no nosso ver, é altamente positivo para o sistema em
função do princípio constitucional e consagrado na legislação própria de que o
transporte local deve ser administrado pela autoridade local. Há outras
vantagens, evidentemente.
O SR.
PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Elói Guimarães. Ausente,
Ver. Gerson Almeida.
O SR. GERSON
ALMEIDA:
Sr. Adão Faraco, e demais diretores da TRENSURB, saúdo a sua vinda aqui, por iniciativa da Vera. Clênia Maranhão.
Entendo que uma política ousada de alternativa de transportes é fundamental
para uma qualidade de vida nos grandes centros urbanos, já que o Brasil, há
muito tempo, fez uma opção pelo transporte via rodoviária e agora, especialmente,
pelo transporte individual.
Nós temos notícia de que há pelo menos uma dúzia de montadoras que
estão projetadas para ser instaladas no
Brasil, estimando que, em um lapso muito pequeno de tempo, podemos ver
duplicada a frota de carros trafegando em nossas cidades, com as conseqüências
que não precisamos comentar- a respeito do próprio transporte e da qualidade de
vida na Cidade.
Quero ressaltar a qualidade
do material. O transporte metroviário e ferroviário são alternativas já
fortemente usadas em outros países e em outros continentes e, de acordo com a
informação que tenho, é responsável por sessenta por cento do transporte de
passageiros na Europa.
A minha pergunta é baseada
no seguinte pressuposto que se eu estiver equivocado, então a segunda parte
fica prejudicada. Primeiro: temos dois grandes metrôs já implantados nas
Cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Pelo conhecimento que tenho, a
municipalidade praticamente não teve onerado o seu orçamento para a implantação
daqueles metrôs. Grande parte dos investimentos foram assumidos pelo Governo
Federal e parte desses gastos pelo Governo Estadual. Isso é verdade? Eu vi,
pelo documento que nos foi distribuído, inclusive uma síntese bastante boa do
trabalho, que a alternativa de recurso seria um acordo de financiamento com o
BID, em que a contrapartida Federal seria de cinqüenta por cento e os restantes
cinqüenta por cento seriam buscados junto a verbas federais, estaduais e ou
municipais. Nesse sentido eu gostaria de saber, primeiro, se o Governo Federal vai tratar a
implantação do sistema de metrô diferentemente do que tratou em São Paulo e Rio
de Janeiro, em termos da sua oneração e da sua aplicação de recursos? Segundo,
se o Governo Estadual tem alguma linha de crédito, algum nível de negociação
encaminhado para que possa disponibilizar verbas para esse Projeto?
O SR. ADÃO
FARACO: Os
dois casos citados, São Paulo e Rio de Janeiro, já de longa data havia uma
visão relativa a esse assunto em que o Governo Federal entrava em cheio, até
sem perguntar se haveria participação ou não. Os financiamentos foram
promovidos pelo Governo Federal. Com relação à atualidade, há uma realidade
diferente e diversas possibilidades que vão ser observadas agora, com chances
de participação das três esferas de competência de administração pública,
inclusive de parte da iniciativa privada. Mas eu gostaria que o Superintendente
Nelson Lídio e o Engenheiro, Dr. Luiz
Fernando dessem o seus depoimentos nesse assunto.
O SR. NELSON
LÍDIO NUNES: Srs.
Vereadores, na realidade, a matriz institucional não está propriamente
definida, neste nosso caso específico. Evidentemente que nós partimos na busca
de financiamento externo, inclusive o nosso próprio Edital de Licitação, que
está sendo lançado agora, prevê, dentro do seu escopo, que a empresa vencedora
venha nos assessorar na busca de financiamento externo. Dentro dessa busca de
financiamento, nós vamos fazer uma série de análises para ver a participação
efetiva da União, do Estado, eventualmente, e do próprio Município. Ou, também,
com a participação efetiva da iniciativa privada. Quer dizer que esta questão,
da matriz institucional, vai ser definida nos próximos passos a seguir. Quanto
ao aporte de recursos, no Orçamento Federal da União de 1998, já há previsão
orçamentária para o início da execução efetiva da obra.
O SR. LUIZ
FERNANDO DE OLIVEIRA: Só para complementar a
resposta dada pelo Dr. Nelson Lídio, no caso de Brasília, está sendo implantado
um Metrô, que tem 40 Km de extensão, e 33 estações. Nós temos, lá, cerca de 10
Km subterrâneos. Na equação institucional e financeira que foi montada para lá
e que está sendo observada, toda a parte de sistemas, material rodante,
energia, telecomunicações, é financiada pelo BNDES, e o restante conta com o
recurso do Orçamento do Distrito Federal e uma parcela, cerca de 20 a 30%, do
orçamento da União. No caso da implantação do metrô de Recife, foram aportados
recursos externos. Então, essa equação vai ser
buscada a partir desta segunda etapa da implantação do projeto.
O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença no
nosso plenário do Sr. Norton Lenhart, Presidente da Câmara de Turismo do Rio Grande do Sul, e da Sra. Jurema José, Diretora da Associação dos Jornalistas de Turismo.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO: Eu
gostaria de saudar o Presidente da TRENSURB, meu querido amigo Faraco, que vem
da terra do nosso Mário Quintana, e pedir vênia para saudar um dos maiores presidentes do Parlamento gaúcho, o Deputado
Nivaldo Soares, que presidiu aquela Casa em momentos difíceis da vida nacional.
Parece-me que não se deve
ser, aqui, açodado, fazendo perguntas, por exemplo, sobre quando vamos andar de
TRENSURB. Isso, a juízo deste Vereador, mas estão sendo concluídos os estudos
de viabilidade e agora vão iniciar o
estudo do projeto básico para que depois possam pensar em buscar os recursos externo necessário à realização
dessa obra tão significativa. Nesse sentido, a Companhia faz a sua parte, de
planejar, de ter o descortino de pensar o futuro e não trabalhar só em cima das demandas dos dias
hodiernos.
Em cima da seriedade com que
a Companhia trata esta questão, eu
queria também pensar adiante e não ficar preocupado sobre quando usar o
TRENSURB, pois também sou morador da
Zona Norte. Tenho preocupação com os
usuários. Então, pergunto como se dará
as tarifas a serem pagas, considerando
que hoje o Governo Federal não tem uma política de subsídios ao transporte,
e considerando que já está em
tramitação no Congresso Nacional um projeto de lei que trata da
estadualização da Companhia a exemplo de outras, em outros Estados da
Nação. Considerando a falta de recursos para fazer esse subsídio, considerando
a falta de estudos junto aos municípios da região de uma tarifa única, eu
pergunto a V. Exa., Dr. Faraco, considerando que o valor arbitrado - hoje
cobrado 50 centavos -, possivelmente perca o subsídio quando vier para o Estado
e se esse valor não cubra , por óbvio, o custo, como se pensa tratar essa questão? O usuário não acabará,
pela falta de subsídio, tendo prejuízo? Isso está sendo levado em conta?
O SR. GILBERTO
BATISTA: Aproveito
a oportunidade, como Líder do PFL nesta Casa, para parabenizar essa Empresa por
ter a preocupação que todos nós, porto-alegrenses, temos neste momento, que é o
trânsito caótico da nossa cidade. Sabemos que este projeto fabuloso irá
resolver, em parte, o problema do trânsito de Porto Alegre e que, conforme
explanação feita, vai reduzir 13 mil
acidentes naquela região. Hoje, a maior causa de morte corresponde ao trânsito,
em todas as cidades do país. Quero que a população de Porto Alegre daqui a 5
anos ande de TRENSURB, naquela região para mostrar que o TRENSURB, através do
Governo Federal e seus parceiros, ajudaram Porto Alegre a sair desse trânsito
caótico que temos hoje.
O SR. ADÃO
FARACO: Obrigado,
Ver. Gilberto Batista. Ver. Juarez Pinheiro, V. Exª fez uma referência
interessante à prudência com que tem que ser encarado esse assunto.
Absolutamente procedente a referência, e é o que tem ocorrido de parte dos
técnicos da empresa, da direção e dos professores da Universidade, como também
altamente responsável e qualificado o consórcio que estudou e concluiu esse
trabalho que está aqui à disposição de V. Exªs.
E difícil mexer numa cidade
deste tamanho, com todas as implicações, não só viárias, em cima da terra, mas
também de telefonia, água, esgoto, rede elétrica, tudo isso já é um pandemônio
e, evidentemente, tem que haver prudência e um trato muito claro, muito
objetivo, muito profundo com essas instituições. É o que passa a acontecer
agora.
Não há uma política de
transportes no País, como V. Exª falou. O que ocorre neste momento em relação a
este Projeto? Há uma decisão de governo federal, via Ministério dos
Transportes, com o apoio da Presidência
da República, para se fazer este projeto. Nós, que seremos os beneficiários,
Município, Estado e a representação do Governo Federal aqui, temos que
descobrir um jeito de não perder esta oportunidade. Mesmo não havendo uma política de transportes como financiar tudo
isso. Não podemos perder esta oportunidade.
Certamente será difícil que
venhamos a ter um quarto Ministro dos Transportes após a Administração do atual
Ministro Eliseu Padilha, precedido pelo Ministro Alcides Saldanha, por sua vez, precedido pelo Ministro Odacir
Klein. Essa tríade é que está proporcionando isso; certamente, o resultado terá
que ser aproveitado. Como? As nossas cabeças terão que descobrir a forma.
A respeito do custo da
passagem, 50 centavos, o estudo da viabilidade estava fundamentado nesse mesmo
padrão de tarifa social. E vejam por que, em tese, é possível manter esse
valor? Pelo número significativamente maior que demandará o sistema. Quer
dizer, hoje há uma deficiência, como em todo o mundo há, as exceções existem, e
a primeira das exceções está aqui no Brasil, em São Paulo, quase
auto-suficiente, e, às vezes, até supera a despesa. Mas lá são dois milhões e
meio de passageiros por dia. É a quantidade que dá essa auto-suficiência.
Outras exceções estão em Santiago do
Chile, Hong Cong e Cingapura. A grande maioria dos sistemas metroviários do
mundo, EUA, França, Inglaterra, Itália, Espanha, são com receita própria menor
do que a despesa.
Não poderíamos ter o
conceito contábil "stricto sensu"
deficitário, porque as empresas foram feitas assim, com a tarifa social
para atender as camadas menos favorecidas da população num sistema dessa
natureza. É destinado, especialmente, ao grande povo trabalhador.
Se fosse para se pensar numa
tarifa que correspondesse às despesas, certamente, não poderíamos pensar em
menos de R$1,50. Em outros lugares, essa tarifa é bastante alta. No Brasil, há
a tarifa social, e a questão é superada pela
demanda forte, como referi.
Penso ter respondido as
questões levantadas por V. Exa.
Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, estejam absolutamente certos de que foi para a TRENSURB, para a sua
diretoria, funcionários e equipes, uma honra ter comparecido neste plenário.
Prestamos as informações na
forma de perguntas e respostas, precedidos pela exposição inicial, que está em
sintonia com esse trabalho notável, que é o Sistema Municipal de Planejamento e
Coordenação do Desenvolvimento Urbanos, o
SMPCDU, que num dado momento diz: "consolidar as ligações estruturais das malhas viária e de
transporte coletivo no sentido transversal norte/sul, gestionar a implantação
de transporte metroferroviário no eixo leste, integrado com o existente no eixo
norte." Conseqüentemente, isso se encontra em sintonia com o pensamento da
municipalidade de Porto Alegre.
Haverá pontos de conflito?
Haverá. Haverá problemas de desapropriação? Haverá. Haverá situações difíceis
de resolver? Haverá. Nem se poderia imaginar de outro jeito. Entendemos que
haverá competência suficiente do Município, do Estado, da União para
gerir, para administrar os conflitos e
encontrar as soluções.
Temos total confiança nos
poderes públicos neste sentido. O Ver. Juarez Pinheiro disse algo muito
importante : que a Companhia fez a sua parte, que é estudar o seu plano de
expansão e a proposta aos poderes públicos. Evidentemente que não está
terminada aqui a nossa tarefa, porque a Empresa terá eventualmente a execução,
mas a sua tarefa primordial será a de estudar, de fazer proposta para cumprir.
Agora, as decisões serão de governo, nem poderão e não poderemos abstrair, o
apoio deste Plenário. Não para simplesmente concordar, mas para discutir,
contestar ou apresentar alternativas que venham fazer deste estudo, deste
projeto, aquilo que nós dizíamos: um projeto para Porto Alegre e não mais um
projeto.
Sr. Presidente, toda a
documentação está inteiramente à disposição de todos os Vereadores desta Casa
e, em especial, da Comissão Especial que estuda esses assuntos de transportes
na Câmara Municipal.
Em nome da diretoria, do
consórcio, da universidade, dos técnicos e funcionários do TRENSURB somos muito gratos a vocês pela oportunidade
e voltamos a dizer que estamos à disposição de Vossas Excelências. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Nós
queremos, em nome da Mesa Diretora, dos Vereadores, e funcionários agradecer a
presença do Sr. Adão Faraco e da sua equipe que veio com tanto brilhantismo e
tanto conhecimento apresentar este projeto. E como já foi ditos pelos
Vereadores, de forma tão didática, pois conseguiram resumir, em tão pouco
tempo, um projeto tão complexo.
É preocupação nossa e eu tenho sido, como arquiteto e urbanista há mais de trinta anos, um
defensor de que temos que ousar e nunca deixar para depois o que deve ser feito
o que foi planejado hoje. Planejar é preciso. Se não existirem condições
objetivas para a execução, então, nesse caso, temos que dar outro passo e
conseguir que essas condições sejam possíveis.
Então, eu parabenizo os
Vereadores e, em especial, a Vera.
Clênia Maranhão por solicitar esta presença tão importante; parabenizo a todos
nós, por termos feito esta discussão hoje, pela manhã. Estamos trabalhando para
Porto Alegre, para a Região
Metropolitana e para o nosso País e
isso nos deixa muito tranqüilos,
porque este tempo foi muito bem
utilizado. Muito obrigado.
Suspendo a Sessão para as
despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos
às 11h24min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 11h30min): Estão reabertos os trabalhos. Para um Requerimento, tem a palavra o Ver. Gerson Almeida.
O SR. GERSON
ALMEIDA: O
meu Requerimento é no sentido de que entremos imediatamente na Ordem do Dia, e
suspendamos a Sessão para votarmos o Parecer do Ver. Reginaldo Pujol sobre o
empréstimo do BIRD.
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. João Dib solicita que a votação do Requerimento de V. Exa. seja feita
logo após a sua Comunicação de Líder.
O SR. GERSON
ALMEIDA: Por
quê?
O SR.
PRESIDENTE:
A proposta do Ver. Gérson Almeida pode
ser colocada em votação. Se há necessidade de encaminhamentos, poderemos abrir
encaminhamentos sem prejuízo das Comunicações de Liderança que foram
solicitados.
Em votação o Requerimento do
Ver. Gérson Almeida que requer que logo após o uso do tempo de Comunicação de
Liderança invertamos os trabalhos, passando à Pauta para o fim, e iniciando com
a Ordem do Dia. Os Srs. Vereadores que
o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO,
com o voto contrário do Ver. João Dib.
O Ver. João Dib está com a
palavra para Comunicação de Liderança.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, meu caro Norton Lenhart, Presidente da Câmara de
Turismo, querida jornalista Jurema Josefa, que começou a sua caminhada triunfal
nesta Casa do povo de Porto Alegre.
Paz não é uma palavra
estranha aos meus pronunciamentos. É sempre a última das palavras que eu digo
quando faço um pronunciamento aqui. E hoje eu começo e não encerro com ela,
porque estamos em plena Semana do Turismo. E o turismo, que já foi homenageado
nesta Casa nesta semana, precisa ser lembrado permanentemente. E paz é uma das
coisas que o mundo mais necessita. E um dos instrumentos mais favoráveis à
concepção da paz no mundo é, sem dúvida nenhuma, o turismo, porque ele faz com
que as pessoas se conheçam melhor, se compreendam melhor e passem até a se
estimar, terminando com as guerras que infernizam este mundo e dificultam a
vida na própria Terra.
Emprego e desemprego são
duas coisas que estão associadas. Mais emprego significa mais gente podendo
trabalhar. Menos emprego vai trazer mais gente para o desemprego. Então, a
possibilidade de fazer emprego com o turismo é uma coisa extraordinária, que
todos nós conhecemos e parece que não entendemos. Emprego gera emprego.
Desemprego gera desemprego. E o turismo não precisa muito do poder público, a
não ser um pouco de atenção para que ele passe a gerar empregos.
Meio ambiente é preocupação
do mundo todo, mas o turismo também tem preocupação com o meio ambiente, porque
só se pode fazer turismo onde o meio ambiente tem condições boas. Pois nós não vamos fazer turismo onde haja
sujeira, lixo, poluição, mas vamos procurar os melhores ambientes. O turismo
procura e estimula que o meio ambiente seja recuperado.
Eu falei de emprego e
desemprego, e vou voltar a ele. Nós temos uma Empresa Porto-alegrense de
Turismo com erros e acertos e parece que não há o interesse da municipalidade
em analisar essa empresa, que já prestou bons serviços, e, inclusive, nesta
semana, trouxe algo importante para o turismo de Porto Alegre, que é o passeio
turístico da cidade. Já houve isso na cidade e com muito sucesso. Mas, agora,
formulado, estudado pela EPATUR, deve trazer mais benefícios para a cidade.
É preciso que o Executivo
Municipal entenda que no turismo não se faz gastos, mas se faz investimentos. É
importante que se faça investimentos numa empresa que está funcionando e que
poderá, se analisado seus acertos, melhorar mais ainda. Porque todo dinheiro
aplicado no turismo retorna para o Município, para o Estado e para o País. Há
países que a grande fonte de receita é o turismo que é uma indústria sem
chaminés. E existe uma conscientização, hoje, de que se deva fazer turismo
ecológico.
Então, nesta semana, que é a
Semana do Turismo a minha Bancada: Ver. João Nedel, Ver. Pedro Américo Leal e
eu, queremos homenagear àqueles que, sacrificadamente, fazem crescer a cidade,
o Estado e o País e que não são devidamente reconhecidos. Mas temos certeza que
amanhã há de ser muito melhor do que hoje e teremos condições, então, de ver a
cidade, o Estado e o País crescerem em razão de algo que nós temos as melhores
condições do mundo para oferecer em
ambientes magníficos que é o turismo. Saúde e paz.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOCELIN
AZAMBUJA:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, estamos vendo tristemente o Governo Municipal
estimular o conflito social. Ontem, tivemos uma reunião da Comissão de
Educação, Cultura e Esporte desta Casa, no Bairro Menino Deus, onde tivemos a
oportunidade de ver a forma lamentável de apresentação dos Secretários
Municipais, tentando colocar a questão
da pista de eventos de Porto Alegre - popularmente chamada de sambódromo - como
uma questão de conflitos de etnias, de conflito de carnaval com a comunidade,
quando nada disso foi levantado pelos moradores do Bairro Menino Deus. Muito
pelo contrário, os moradores se colocaram favoráveis à construção da pista de eventos,
mas não naquele local, porque o Bairro Menino Deus está sobrecarregado de
atividades; os próprios moradores do bairro, que são militantes do partido do
governo, estão revoltados, manifestaram-se publicamente ontem, na reunião,
lamentando a postura do Prefeito Municipal e do seu Secretariado.
Hoje, com tristeza, vejo o
Prefeito Municipal de Porto Alegre, no editorial do Jornal Zero Hora, fazendo
apologia - parece até que ele não mora no Menino Deus, que não conhece os
moradores do seu bairro, isso foi dito pelos moradores -, ele anda estimulando
esse conflito, dizendo: "Além desses argumentos, que já justificariam o
projeto, há necessidade de ressaltar algo que os oponentes não tratam na
avaliação pública. Eles tentam minimizar a proposta como algo exclusivamente
carnavalesco, o que já expressa um preconceito contra a grande festa popular do
País."
É bom que os Vereadores do
PT reflitam sobre isso. Os Vereadores que ontem lá estiveram viram a postura contrária da comunidade do Menino
Deus, pela terceira reunião que fez, duas assembléias gerais, decidindo
unanimemente contra a construção da pista. Eu estou vendo com perigo essa
atitude do Governo Municipal, insana, impensada, desrespeitosa, de tentar
estimular um conflito, como o próprio discurso da Secretária de Cultura do
Município, ontem, Sra. Margareth Moraes, no sentindo de que estão buscando
inverter o processo. Não sabem respeitar a decisão popular, não sabem respeitar
a decisão da comunidade e querem impor aos moradores aquilo que não é desejo deles.
A Secretária até se perdeu, no final, eticamente, politicamente, em relação a
este Vereador. Mas o que é mais grave em tudo isso é a postura equivocada de
tentar estimular com choque, inclusive, de etnias. Até os moradores disseram à
Secretária, à Dra. Margareth, que irão
processá-las criminalmente por causa disso. Foi manifestado na assembléia, e eu
acho que deve servir de reflexão para o Governo Municipal, para o partido do
Governo, esta caminhada destemperada em direção a um caminho extremamente negativo.
Os moradores que se
manifestaram publicamente, em entrevistas da Comissão da Associação do Bairro
Menino Deus já foram, inclusive, ameaçados. Eles e suas famílias já receberam
telefonemas anônimos, seus filhos já foram ameaçados. Eu alerto que esse tipo
de prática triste e lamentável está sendo realizada e isso pode gerar conflitos
muito negativos. Quero ressaltar que
estão tentando direcionar a coisa dizendo que é uma atitude partidária,
política. Quando não conseguem
convencer a comunidade com argumentos, querem distorcer os fatos como estão
fazendo. A comunidade do Menino Deus é contrária, a comunidade do Morro Santa
Tereza é contrária. Todas a lideranças se manifestaram, lá, contrárias. Então, por favor, reflitam bastante sobre o
que estão fazendo e o que querem construir lá. É muito grave o que está
acontecendo. Deixo esse alerta para os Vereadores, especialmente para a Bancada
do Governo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo
orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Srs. Vereadores e Vereadoras, a Mesa, antes de passar a palavra Ver. Antônio
Hohlfeldt e, depois, para o Ver. Pedro Ruas, quer informar a este Plenário que,
ontem, o Dr. Luis Afonso - Diretor do Patrimônio e Finanças - e o Diretor
-Geral Dr. Adalberto Rech, fizeram a entrega do nosso orçamento ao Executivo
Municipal para compor o orçamento do Município,que deverá chegar nesta Casa dia
30.09.97.
Queríamos agradecer as
manifestações de vários setores da Casa em apoio à feitura do orçamento, com
bastante participação. O número final
ficou, para o ano de 1988, numa previsão de 18 milhões e 796 mil no total para o orçamento da Câmara.
Quero também informar aos Srs. Vereadores, com muita alegria, por sinal, porque
a Mesa vem se esforçando para começar as obras de reforma dos gabinetes e dos
sanitários da Casa. Vai ser preciso muita paciência e colaboração dos Srs.
Vereadores e dos Srs. Assessores, porque a entrada da empresa em cada gabinete
vai causar bastante transtorno. Nós estamos divulgando um cronograma de obras.
Inicialmente, estão sendo feitos os banheiros mas, a partir do dia 07 e 08 de outubro, estaremos fazendo os gabinetes.
Nós vamos fazer em duas etapas, uma sala fica totalmente desocupada para ser
feita, o material será passado todo para a outra, e assim teremos que agir.
Estamos sugerindo, através
de circular, que os Srs. Vereadores aproveitem o momento para fazer uma
limpeza, pois serão entregues caixas em cada gabinete para fazer uma limpeza
e para separar o material.
Pedimos, realmente,
paciência e colaboração.
O SR. PEDRO
AMÉRICO LEAL (Questão de Ordem): V. Exa. está dando notícias que são alvissareiras.
Queria saber se tem alguma notícia do Plenário?
O SR.
PRESIDENTE:
Hoje, podemos dizer que a concorrência pela 3ª vez foi ultimada, não está
aberta a proposta, ainda, por problemas de prazo que estão findando. Tivemos
apenas uma empresa que apresentou propostas, novamente. E foi aceita, sua
documentação, foi perfeita. Estamos torcendo para que o preço esteja dentro dos
limites que havíamos pensado, porque da outra vez não estava, por isso foi
anulado. Se estiverem próximos dos limites, as principais obras terão início em
15 ou 20 dias, para podermos ocupar, ainda este ano, o Auditório Otávio Rocha.
O SR. PEDRO
AMÉRICO LEAL:
Fiz essa previsão, que este ano se exauriria, com V. Exa. na Presidência,
dinâmico, mas não teríamos oportunidade de ir para o Plenário. É uma lástima.
O SR.
PRESIDENTE: Por outro lado, Vereador, já está sendo
comprado um kit de som móvel, que será usado, tão logo chegue à Casa. Mesmo que
o Plenário esteja em obras vamos ocupá-lo.
Com a palavra o Ver. Antonio
Hohlfeldt em Comunicação de Líder
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ocupo o
tempo da Liderança do Partido da Social Democracia do Brasil, mas não vou
falar, apenas, em nome do PSDB. Quero, em primeiro lugar, registrar a minha
preocupação com o episódio que envolveu, ontem, a EPATUR, e o leilão anunciado
de uma área imóvel dela, por falta de pagamentos de ações trabalhistas. À
última hora o Prefeito foi sensível, a Administração Centralizada assumiu a
dívida. Mas, é uma situação que está em aberto, porque outras ações estão correndo, novas cobranças vão acontecer
e, enquanto isso, até agora, a Prefeitura Municipal empurra com a barriga a
questão da EPATUR. Eu faço esse registro até pela data de hoje, antes
assinalada pelo Ver. João Dib.
A segunda preocupação é de
que hoje pela manhã a SMT fez uma coisa muito curiosa: liberou um ônibus, para
a Empresa Trevo, com sete anos de “supervida”, ou seja, já ultrapassou o prazo
legal, e gerou uma crise na área da fiscalização. Os fiscais estão todos
colocando seus cargos à disposição. Por absoluto acaso assisti ao episódio ,
porque eu lá estava para encaminhar a situação da Zona Norte, ou seja, regras
são desrespeitadas pelos próprios titulares da SMT. Quero ver como isso vai
andar, sobretudo pelo respeito e a segurança do usuário do ônibus da Trevo.
Quero, Sr. Presidente,
sobretudo antecipando-me às discussões
de Plenário depois, saudar com muita alegria a presença do Diretor do DMAE,
porque só assim se consegue conversar com S. Exa. já que, normalmente,
Vereadores cansam de telefonar ao DMAE e S. Exa. está sempre muito ocupado em
reuniões. Ficam de nos dar retorno, mas não dão, e enquanto isso fico vendo os
buracos na Rua Guadalajara, deixados pela Empreiteira que lá trabalhou.
Eu cansei de dizer ao
Gabinete do Dr. Dieter Wartchow de que me considero roubado na medida em que o
fiscal do DMAE não faz o que deve, nem o DMAE faz, que é refazer a obra e
deixar a rua como estava. Da mesma forma, pela terceira vez, hoje pela manhã,
um buraco, cem metros adiante, voltou a vazar água. Quando o Dr. Dieter
Wartchow tem tempo de vir aqui para acompanhar a votação de um Projeto, mas um
técnico dele não tem tempo de fiscalizar uma obra mal-feita, acho muito bom que
hoje possamos conversar com o Dr. Dieter Wartchow.
Quero, sobretudo, registrar,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que enquanto todo o Partido dos Trabalhadores
faz um discurso tão contundente contra juros bancários, o DMAE cobra, por um
mês de atraso, a bagatela de 14% de juros. Uma conta de R$ 11,92 - está aqui, e
depois passarei às suas mãos, Dr. Dieter - de agosto, tem multas de R$ 1,83.
Que eu saiba R$ 1,83 já é bem mais de 10% e chega as beiras de 14%. É
lamentável que o DMAE use uma taxa bancária
desse nível. E essa é uma conta
baixinha, mas um real e oitenta e três centavos para um pobre de vila é
complicado e em termos de percentuais é mais complicado ainda.
Eu quero dizer Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, me antecipando,
de que ao menos no que toca à Bancada do PSDB, nós não pretendemos votar
hoje nenhum projeto relativo ao DMAE.
Queremos discutir com o DMAE alguns critérios. Porque, se pode perder
dinheiro em fuga de água, se pode perder dinheiro com empreiteiras que não
recuperam o passeio corretamente e nem o meio da rua, provocando, inclusive,
risco de acidente, como temos na nossa área,
pode-se, então, pegar esse dinheiro e aplicar para atender obras do
Orçamento Participativo atrasadas e que demandam empréstimos nacionais e
regionais. Porque é isso na verdade os
projetos que iremos votar hoje: obras do Orçamento Participativo não atendidas
e que vão ser agora financiadas pelo
execrável Governo Fernando Henrique Cardoso e pelo criticado Antônio Britto.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador. )
O SR. JUAREZ
PINHEIRO (Questão de Ordem): Parece-me que faltou ética e elegância, eis que o
nosso Diretor do DMAE não tem direito de responder, está aqui visitando esta
Casa e foi agredido pelo pronunciamento
do Líder do PSDB. Quero fazer esta referência e dizer do meu repúdio a forma
como ele se pronunciou.
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): Não é Questão de Ordem. O
Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO
RUAS: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, ocupo este tempo e agradeço, já que falo muito
mais em nome pessoal, por isso agradeço a gentileza da Liderança do PDT.
Nos últimos dias tive a
oportunidade, junto com o grupo político do qual tenho a honra de ser um dos seus
representantes, de travar uma discussão política das mais qualificadas.
E nessa discussão política, tivemos a oportunidade de refletir sobre qual o
nosso papel dentro de uma discussão maior e mais ampla que é a unidade das
esquerdas, o projeto da coligação. É nesse sentido que o nosso grupo definiu,
com essa luta maior que unifica todas as correntes partidárias ou que tem o
compromisso com o povo trabalhador de combater de forma permanente o projeto
neoliberal no Estado e na União, o
nosso papel, modesto mas ainda existente,
de lutar por essa coligação, por essa unidade, dentro da agremiação
partidária do PDT.
Isso está definido por
vários fatores, inclusive por compromissos públicos assumidos por segmentos
importantes do PDT, em especial pelo Presidente Nacional Leonel Brizola. Quando
o companheiro Brizola nos coloca, de forma peremptória e definitiva, que a sua
luta maior é por essa unidade em termos nacionais e regionais ,e faz um apelo
para que tenhamos o mesmo comportamento a mesma meta, o mesmo objetivo, nos
quadros do PDT, temos, de parte de S. Exa. o Presidente, o compromisso da maior
relevância com o povo trabalhador e com as esquerdas, em termos nacionais e
estaduais.
Nessa discussão, nesse
processo todo que se deu dentro do PDT e com companheiros de outros partidos e
sem partido - como é o caso do Presidente do Movimento de Justiça e Direitos
Humanos, Jair Krischke -, é importante salientar que não existiu em nenhum
momento, como não existe no nosso tipo de relação política que julgamos
qualificada, essa questão de assédio partidário. Isso é um equívoco que não
ocorre conosco, até pela relação que estabelecemos na discussão, e não ocorre
com os companheiros do PT, do PSB e de outros partidos com que tivemos contato.
Esse esclarecimento se faz
necessário porque, para nós, é um ponto de honra e de orgulho ter conseguido
estabelecer uma discussão de altíssimo nível dentro e fora do PDT . Os convites
partidários que recebi só me enchem de orgulho e, acima de tudo, honram a
militância de esquerda do PDT. As conversas que tivemos desde o PDT, em nossa
opinião, qualificam o processo que o PDT tem desenvolvido em busca do objetivo
da unidade das esquerdas, da qual somos soldados e subordinados. Por isso, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, é fundamental que deixemos claro que não existe
um dia do fico e não existe um dia do saio, o que existe, na verdade, é um
projeto político maior, que tem um planejamento definido, uma trilha já
estabelecida e que, nessa trilha, tem a nossa contribuição. Como não existe essa trilha ainda percorrida e
como não temos ainda esse projeto efetivado, o nosso papel será desempenhado
nesse caminho.
Não existe, portanto, qualquer possibilidade de nos desviarmos
dessa luta, e ela ocorre no PDT e poderia sim ocorrer em outros partidos e com
os mesmos objetivos. A nossa situação, Vera. Helena Bonumá, é de compreendermos
que um projeto político maior precisa do nosso trabalho, seja de que partido
for, mas, neste momento, o conjunto da discussão nos encaminhou a esse papel,
nos deu essa missão, nos deu essa tarefa, Ver. Guilherme Barbosa, e queremos
dizer que essa é a nossa luta, esse é o nosso objetivo, essas são as condições que foram colocadas pela discussão
maior para a nossa militância. Esse papel nós cumpriremos com muita honra, com
muito orgulho de todo o conjunto da discussão que ocorreu, dos companheiros que
participaram disso, de forma ativa, de forma intensa, dos partidos políticos
que honraram essa discussão com a sua presença, com os seus militantes. E,
fundamentalmente, de forma modesta, resta-me cumprir essa missão, que me parece
das mais importantes ou, talvez, a mais séria, a mais relevante que cumpri em
muitos anos de militância político-partidária. Muito obrigado.(Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A
Vera. Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicação de Líder.
A SRA. CLÊNIA
MARANHÃO:
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Quero retomar o tema que foi trazido aqui pelo
Ver. João Dib, pelo Ver. Antonio Hohlfeldt que é a referência que devemos fazer
neste dia às comemorações que acompanhamos em toda esta semana em nosso Estado,
e em Porto Alegre alusivas ao Dia Mundial do Turismo.
Três questões nos chamaram a
atenção nesta semana: primeiro, o número de eventos ocorridos, a integração do
conjunto de entidades que os promovia e a participação da comunidade nesses
eventos. Acho que a nossa Câmara tem tido uma participação importante no
resgate da discussão da importância turística e o que significa para o futuro
do nosso Estado e da nossa Capital.
A segunda questão que nos
chama a atenção é a surpresa que tivemos em relação à ameaça que viveu ontem a
EPATUR.
Eu poderia dizer que a
terceira questão que nos surpreendeu, positivamente, foi ter visto pela
imprensa e depois ter conversado pessoalmente com o Ver. Adeli Sell do seu
posicionamento em relação à criação de uma secretaria de turismo na cidade de
Porto Alegre.
Há alguns meses eu tive a
honra de coordenar, através da Comissão de Educação e Cultura, desta Casa, um
debate em que estavam presentes o Secretário Güinther Stauber, os funcionários
o Presidente da EPATUR e o conjunto das entidades relacionadas ao turismo do
Estado. Os dados apresentados nos mostraram o grande potencial turístico que
temos e a definição muito clara de uma política de turismo resgatando as
potencialidades turísticas das diversas regiões que compõem o Estado do Rio
Grande do Sul. Ficou muito claro, também, que o aproveitamento do grande
potencial turístico que temos só será possível se, além de uma definição política de governo de uma integração entre
os setores públicos e a iniciativa privada, para o desenvolvimento da política
no Estado do Rio Grande do Sul, na área de turismo, efetivamente, os poderes
públicos da nossa Cidade tiverem a clareza da importância do que significa o
turismo do ponto-de-vista dos interesses econômicos, culturais e ecológicos da
capital do estado do Rio Grande do Sul.
Quando realizávamos esse
debate, expressei, claramente, minha posição,
que o caminho para resolver o impasse em que vive hoje a EPATUR,
colocando, inclusive, um desgaste emocional muito grande no conjunto dos seus
trabalhadores, e dificultando colocar a política de turismo no primeiro patamar de política pública para
a nossa Cidade. E deveria acontecer pela criação de um instrumento que viesse
valorizar, desde a estrutura pública, a
questão do turismo como uma política para Porto Alegre. Criticávamos a posição
de rebaixar para apenas um departamento, dentro de uma Secretaria que tem
várias funções, um departamento de turismo, proposta apresentada, inclusive,
num projeto de lei que tramita nesta Casa. Havia unanimidade dos setores
empresariais, naquele momento, da necessidade de um órgão com peso político que
viesse a resgatar a história do turismo, que viesse colocar um novo patamar,
aproveitando o potencial dos seus técnicos e o potencial turístico da Cidade,
criando condições de negociação para
criação e desenvolvimento da indústria do turismo na Capital.
Achei importante, apesar de
ser autora dessa proposição, no debate, que essa proposta tenha entrado através
do Ver. Adeli Sell, tendo em vista que é um Vereador da situação no município
de Porto Alegre e que a história política recente desta Casa tem nos mostrado
uma grande dificuldade de fazer com que as propostas dos Vereadores de oposição
sejam devidamente incorporadas nas políticas do Executivo Municipal. Quero
dizer que, com isso, estamos mais confiantes em que Porto Alegre terá a
estrutura de turismo que necessita. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora)
O SR.
PRESIDENTE: Havendo
quórum, passamos à
ORDEM DO DIA
O SR. ISAAC
AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro que
o Projeto das folhas 09, - PLE nº 032/97, que declara de utilidade pública o
Grande Oriente Estadual Sul-Riograndense - GOESUL , seja votado
prioritariamente, porque os Requerimentos causaram prejuízo na Sessão anterior,
e esse Projeto, que é de uma importância fundamental para o Grande Oriente do
Estado, deveria ter sido votado. É um
simples Projeto, mas as pessoas precisam encaminhar a Brasília.
O SR.
PRESIDENTE: A Mesa aceita o Requerimento
e pede para adendar, por
solicitação também da Liderança do PT,
para que votemos, na seqüência, o PLE 032/97, PLE 039/97, PLE 040/97 e PLE 041/97 (folhas 09, 10, 11 e
12), para, depois, votarmos o PLE 014/96 e o PLE 030/97 (folhas 07 e 08).
Em votação o Requerimento,
de autoria do Ver. Isaac Ainhorn. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por
unanimidade.
PROC. 2238/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 032/97, que declara de utilidade
pública o Grande Oriente Estadual
Sul-riograndense - GOESUL.
Pareceres
- da CCJ. Relator Ver. Cyro
Martini: pela aprovação do Projeto;
- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto.
O SR.
PRESIDENTE:
Em discussão. (Pausa.) Encerrada a discussão. Em votação. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, por unanimidade,
o PLE nº 032/97..
DISCUSSÃO
GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2727/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 039/97, que autoriza o Poder
Executivo Municipal a contratar operação de crédito com a Caixa Econômica
Federal - CEF, visando à implementação, no Município de Porto Alegre, do
Programa de Saneamento - PRÓ-SANEAMENTO. Urgência.
Parecer Conjunto
- da
CCJ, CEFOR, CUTHAB E COSMAM.
Relator-Geral Ver. João Dib: pela aprovação do Projeto.
Observações:
- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da
CMPA - Art. 122, III, da LOM.
O SR.
PRESIDENTE:
Em discussão o PLE nº 039/97. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para
discutir.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, se
tivéssemos uma gravação, seria bonito
colocá-la no rádio hoje. Duvido que o
ouvinte conseguisse entender.
Estamos aprovando e, antes
de aprovar, discutindo um empréstimo da Caixa Econômica Federal de nove milhões
destinados a Porto Alegre para o Pró-Saneamento, uma operação de crédito que
visa a atender, sem dúvida alguma, aos interesses de moradores da
cidade de Porto Alegre. O problema, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é que,
uma vez mais, e a exemplo do que tenho reclamado permanentemente, os projetos
chegam a esta Casa absolutamente soltos, sem nenhum documento interno, sem
nenhum processo interno que mostre o que foi discutido na Prefeitura, as
necessidades, como as coisas se encaminham e assim por diante. Temos, pura e
tão-somente, um ofício do Sr. Prefeito que acompanha o projeto de lei e nada
mais do que isso. Não temos nenhuma explicação aprofundada, nenhum levantamento
ou posicionamento da população, nenhuma avaliação técnica, apenas duas folhas
assinadas pelo Sr. Prefeito Municipal.
Outros projetos que estão
ali na Mesa ainda vêm com um processo interno que, pelo menos, nos dá alguns
dados para avaliação Este, só duas
folhas onde o Prefeito se dá ao luxo de dizer o seguinte: "Tanto pelo
vulto e relevância das obras elencadas como pelo conjunto das populações
beneficiadas, julgamos dispensável tecer considerações". Realmente, não
tece considerações, manda e os Vereadores votam e aprovam. Certamente, não com
o voto deste Vereador. Acho que é um desrespeito com esta Casa o que se vem
fazendo. Mas um desrespeito, infelizmente, com a conivência da maioria dos
Vereadores desta Casa, mas não será com a minha conivência. Passei três anos
reclamando dos processos internos. Cada vez que eu levantava a questão, se
corria e se incluía o processo, mas se continua tendo o mesmo desrespeito com a
Casa. Nenhum processo interno acompanha as votações. Nós continuamos votando
cheques em branco ao Executivo, porque quem me garante que a descrição dos
locais que estão aqui atendem ao Orçamento Participativo? Quem me garante que
essas são obras prioritárias e, sobretudo, quem me garante que elas serão
feitas? Parece-me que esta é uma questão grave e, infelizmente, esta Casa tem
sido omissa em relação a essas coisas.
Não tenho a intenção de trancar coisas que são fundamentais para a
Cidade, agora, não tenho a intenção de ser levado de roldão por uma votação que
não tem o menor esclarecimento, a menor base técnica, a menor explicação sobre
o que de fato está sendo feito. Preocupa-me que não se inclui aqui, sequer uma projeção em relação a percentuais de
endividamento do município em relação ao Governo Federal e as vinculações com o
ICM. Recebemos, tempos atrás, o Secretário Utzig que falou bem, falou bonito,
só não deixou nenhum documento para nós. Acho que a nossa obrigação é ouvir,
sim, mas ter documento também e documento é o que anda faltando e me preocupa,
sobretudo, o documento quando depois, chegamos na hora dos Orçamentos
Participativos, dos relatórios o que encontramos? 30, 20% de obras previstas
anuais não cumpridas. Nesse sentido gostaria de ouvir os companheiros da
situação, porque assim como está, perdido, é um processo e um projeto que me
preocupa muito. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Renato Guimarães está com a palavra, para discutir.
O SR. RENATO
GUIMARÃES:
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores; estranho a discussão que o Ver.
Antonio Hohlfeldt traz, neste momento, à Casa.
Quando esses projetos correram Pauta, no início do debate desses
projetos, foram feitas algumas considerações e a bancada de situação fez um
encaminhamento solicitando a presença
dos representantes do Executivo, para prestarem esclarecimentos com relação aos
três projetos. Isso foi feito, foi colocado um conjunto de informações, e
naquele momento pareceu a todos que não havia questionamento aos projetos e que
a Casa estava a favor de encaminhar esse debate num processo de urgência.
Agora, nos surpreende que
esse debate venha à tona de novo. Ou o Vereador não estava presente no dia - eu
não me recordo se o Vereador estava presente ou não - ou o Vereador não prestou
atenção nas informações que foram dadas, ou, simplesmente, quer arrumar uma
desculpa, e aí eu gostaria de destacar, para votar contra um financiamento que
vem atender às necessidades de Porto Alegre, as necessidades das cheias - que é
um problema na Cidade, reconhecemos, e, portanto, estamos tratando - para
atender as necessidades e as demandas do Orçamento Participativo.
Tem que ficar registrado
aqui: o que o Ver. Antonio Hohlfeldt está fazendo é se colocar contra demandas
que são apontadas no Orçamento Participativo, necessidades que todos nesta Casa
apresentam no momento das chuvas, que ocasionam cheias em alguns locais da
Cidade. É isso que temos que registrar. A tirada de quórum não pode ter como
justificativa a falta de discussão sobre estes projetos. Estes projetos foram
discutidos quando entraram na Pauta, viu-se a necessidade de trazermos o
Executivo aqui para explicar melhor os projetos, foi feito isso, a Casa cumpriu
sua tarefa no debate, aprofundou-se no debate sobre esse tema. Agora, se o
Vereador quer arrumar uma justificativa, eu quero colocar esta justificativa: o
Vereador está contra que se realizem obras na Cidade, obras apontadas pelo
orçamento participativo, que venham a solucionar problemas sérios na Cidade.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Luiz Braz está com a palavra, para discutir.
O SR. LUIZ
BRAZ: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, o que o Ver. Antonio Hohlfeldt trouxe de
preocupação a esta tribuna não foi exatamente o mesmo argumento respondido pelo Ver. Renato Guimarães.
O que o Ver. Antonio Hohlfeldt disse, e eu concordo e
também analiso, é que este Processo
contém falta de informações. Precisamos do Processo de capa azul, que diz todos
os passos que foram dados. Antigamente, vinha acompanhando todos os processos
que seriam votados nesta Casa. É uma obrigação, porque senão nós acabamos
votando todas as matérias no escuro.
Se V. Exa., Ver. Renato, ler
todo o Processo, verá que não há dentro dos artigos as explicações necessárias,
que só podem existir naquele Processo de capa azul, que conta como se
formou toda a idéia para que pudesse
sair o texto do Projeto.
Não custa nada, não é
difícil para o Executivo remeter - não sei por que não o fez até agora - todo o
Processo, dizendo para esta Casa quais os passos dados para que este Projeto
pudesse surgir, a fim de que nós, Vereadores de Porto Alegre, que temos a
responsabilidade de votar esta matéria - muito embora todos nós queiramos
aprová-la - possamos aprová-la com
conhecimento.
O que não podemos fazer é
votar esta matéria completamente no escuro. Já não é a primeira vez que esses
processos vêm para esta Casa incompletos. Não é o primeiro processo que tramita
com o texto simplificado. Já é hora de o Executivo Municipal respeitar mais o
Legislativo. Sei que parece que existe uma certa filosofia petista que não gosta
muito de Legislativo e procura fazer com que os legislativos estejam com a sua importância minimizada.
Mas eu acredito que essa filosofia petista não deve influir no relacionamento
que nós devemos ter aqui nesta Casa. Aqui nesta Casa nós temos o relacionamento
com a sociedade, pois a representamos. E, por isso, temos a obrigação de, ao
votar o projeto, conhecer todo o Processo. Então eu acho que não vai levar
muito tempo para que o processo possa ser remetido por completo e com todos os
dados que precisamos para votar o projeto
Enquanto os dados não
estiverem aqui - e falou correto o Ver.
Antonio Hohlfeldt - não podemos fazer a votação, porque seria votar no escuro e
isso seria um ato de irresponsabilidade.
Nós não vamos permanecer no
Plenário se os dados que necessitamos não estiverem aqui no Processo. Acho que
a liderança do PT poderia, com simplicidade, fazer com que pudéssemos ter as
informações necessária a fim de que a votação não fosse no escuro e pudéssemos
colaborar para a aprovação do projeto.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa informa, apenas para não transitar em julgado, que todos os
esclarecimentos foram dados. Os diretores das três empresas que têm interesse
neste Projeto estiveram aqui por mais de duas horas, Ver. Luiz Braz,
esclarecendo todos os detalhes. Por um dever de ofício tenho que dizer que
esses esclarecimentos foram dados.
O Ver. José Valdir está com
a palavra, para discutir o PLE nº 039/97.
O SR. JOSÉ
VALDIR: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, uma vez já disse, nesta tribuna, que pior que um ex-fumante é um ex-petista. O Ver.
Antonio Hohlfeldt parece que sistematicamente quer barrar os projetos da
Administração Popular com argumentos que não se justificam. Como é que na hora
de se votar um projeto que veio para esta Casa com a devida antecedência e que
tem Parecer, porque passou pelas Comissões da Casa, tem parecer do Ver. João
Antônio Dib, por exemplo, passou por
toda uma discussão, houve tempo
suficiente para os Vereadores
pedirem todos os
esclarecimentos, todos os documentos que quisessem pedir, se alega falta de informações ou que está se querendo votar
de forma açodada? Na verdade, não é este o motivo para não
votar o Projeto, há outras razões. Talvez essa, citada no começo da minha fala;
parece que aquela é a intenção do Ver. Antonio Hohlfeldt, que por sinal é muito
eficiente, quando vem a esta Casa ele abre um rebuliço, porque ele é muito
competente, justiça lhe seja feita neste sentido; mas os argumentos não se
sustentam.
Acho que a oposição
deveria dar quórum para votar este Projeto, porque até pega mal para a
Casa. Este Projeto tramitou, o Secretário se colocou à disposição, todo esse
tempo de tramitação. Passou pela
Comissão, tem Parecer, como é que os Vereadores vão alegar que não tinham as informações? Tiverem todo o tempo de solicitar as informações e ninguém as sonegou. O problema
é que ninguém as pediu. Eu acho,
companheiros Vereadores, que deveríamos votar este Projeto porque nós
tivemos todas as condições para debatê-lo, todas as informações possíveis de
serem solicitadas, se não o foram, é
culpa dos Vereadores que não as solicitaram, não há por que protelar a votação deste Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra.
O SR.
GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, de fato, poderia estar aqui também o processo de capa azul. Perguntei ao Ver. Luiz Braz que
informação a mais ele queria que
não esteja colocada aqui no Processo, porque não ficou claro o que
ele diz que tem no Processo de capa
azul e não tem aqui neste
Processo. O Processo diz
onde a obra vai ser feita no caso do DEMHAB, quantas moradias ou terrenos urbanizados serão aprontados. No
projeto de lei propriamente dito, tem as condições financeiras do contrato e,
portanto, de fato, nenhuma informação a mais do processo azul que vá melhorar
as informações para os Vereadores. Não existe nada além do que está aqui que o
processo azul consiga informar mais aos Srs. Vereadores. O que está em jogo, de
fato, é isto: um governo que trabalha, um governo que tem projeto para a
cidade, e que alguns Vereadores da Oposição não conseguem resistir a isso. É
isso o que está em jogo! Nada mais do que isso! E olhem, Srs. Vereadores, foi a
pedida urgência para esses processos , pela Bancada do PPB, pelo Ver. João Dib,
que relatou favoravelmente aos três. E vejam que coisa estranha: na Sessão de
quarta-feira passada, tudo estava claro porque inclusive o Ver. Luiz Braz
assinou o relatório favorável. De quarta-feira para cá escureceu. O que estava
claro na quarta-feira, e o Ver. Luiz Braz e muitos outros Vereadores da
Oposição assinaram o Relatório do Ver. João Dib, que não está presente, toda a
Bancada do PPB desapareceu, e de quarta-feira para cá escureceu, faltam
informações.
Com essa relação ao Ver.
Antonio Hohlfeldt, que como sempre e grosseiro, e acusa e ataca uma pessoa que
não pode se defender, eu disse diretamente para ele: V.Exª pode ser um
excelente Jornalista, mas contas não sabes
fazer. Porque foi comprovado que na conta do DMAE dessa pessoa já havia uma
multa do mês passado, que se acumulou com a multa do mês respectivo e deu 1,83
reais de multa, que ele diz que seriam 15% acumulados. O Vereador não sabe ler
conta, embora ele conheça a Lei Complementar 170, que é a lei que regula as
atividades do DMAE, que diz que é 5% de multa, e mais a correção. E está
exatamente assim colocado. Se alguém quiser ver como a conta foi feita está
aqui. São essas coisas que não dão para agüentar. De repente, inventa um
número, de repente não sabe ler, ataca uma pessoa que não pode se defender da
tribuna, e quer criar um clima na Câmara, trancar projetos, cuja urgência foi
pedida pela oposição, que se votou na
quarta-feira o relatório elaborado pelo Ver. João Dib e, de quarta-feira para
cá, escureceu. Aqueles que assinaram e votaram favoravelmente quarta-feira
agora acham que precisam de mais informações. Ou na quarta-feira não leram ou
agora estão fazendo a pior política que pode acontecer, querendo prejudicar a
Cidade. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. GERSON
ALMEIDA (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro, em função de todos os debates que foram
feitos, que nós adiemos por uma Sessão a votação desse projeto em discussão,
bem como do PLE nº 040/97 e 041/07.
Solicito, ainda, que
possamos interromper a Sessão para votação do Parecer das comissões conjuntas,
feita pelo Ver. Reginaldo Pujol em relação ao projeto que prevê financiamento
do Banco Interamericano para a III Perimetral. Essa proposição, de acordo com
alguns líderes de outras bancadas desta Casa, irá viabilizar o procedimento
necessário para esse projeto.
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação o Requerimento do Ver. Gérson Almeida, que adia por uma sessão a
votação dos três projetos propostos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam
permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Suspendem-se os trabalhos
para análise e votação do Parecer das comissões conjuntas às 12h37min.)
O SR.
PRESIDENTE (às 13h18min): Reabrimos os trabalhos.
O SR. ANTONIO
HOHLFELDT (Questão de Ordem): Sr. Presidente, faço questão de repetir e portanto
não deixar dúvidas. Minha cobrança de V. Exª não é no sentido de que se iria
votar sem quórum. Não mencionei isto. Mas que V. Exª desconheceu o acordo que
tínhamos firmado com o Ver. Gerson de votar o
Projeto do Ver. Isaac Ainhorn, parar a Sessão, fazer a reunião das
Comissões Conjuntas e depois retomarmos os outros. E quando V. Exª levantou a
Questão de Ordem na reunião eu fiz, inclusive, o acréscimo de que,
eventualmente, pudesse desconhecê-lo. Ratifico isto, mas em nenhum momento
levantei Questão de Ordem sobre quórum
e peço que V. Exª veja o apanhado taquigráfico. Brigarei, aqui, por
todos meus direitos, mas tentarei sempre não ser injusto, sobretudo por alguém,
que tenho uma amizade muito grande, que é o Presidente desta Casa..
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa agradece o esclarecimento de V. Exª. E, nesse sentido, quero deixar claro
ao Plenário que estava prosseguindo as votações quando fui avisado de que havia esse acordo. Eu não posso adivinhar nem eu e nem o Ver. Paulo Brum.
Assim sendo, estão esclarecidas as questões, pois a melhor forma de resolver o
problema é tendo clareza nas colocações.
Constatamos inexistência de
quórum, Estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a Sessão às
13h20min.)
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